CASCAVEL

Mais R$5 milhões para resolver os alagamentos da Carlos Gomes

Compreenda a situação atual das obras em Cascavel e as implicações para moradores e comerciantes na Avenida Carlos Gomes - Foto: Paulo Alexandre/O Paraná
Compreenda a situação atual das obras em Cascavel e as implicações para moradores e comerciantes na Avenida Carlos Gomes - Foto: Paulo Alexandre/O Paraná

Cascavel - A reforma da Avenida Carlos Gomes em Cascavel é uma das mais complexas intervenções urbanas dos últimos anos na cidade e mexeu não somente com o trânsito, mas com a rotina de moradores e comerciantes que agora têm na previsão do tempo um motivo a mais de preocupação.

As chuvas fortes e isoladas têm marcado o verão do cascavelense, que vem assistindo os alagamentos na Carlos Gomes invadindo calçadas e entrado em estabelecimentos comerciais e casas. Com as obras na via quase finalizadas e os alagamentos ganhando repercussão, a pergunta que todos estão fazendo é: E agora?

Para responder a esta e outras perguntas, o secretário municipal de serviços e obras públicas de Cascavel, Sandro Rocha Rancy, reuniu a imprensa na tarde desta terça-feira (18) para confirmar que a obra – que ainda nem foi finalizada – vai mesmo precisar de reparos.

Acontece que, segundo Rancy explicou e O Paraná já havia noticiado, a obra aumentou a impermeabilização urbana – que hoje já está na casa dos 90% na área central – e as águas das chuvas – cada vez mais intensas – são direcionadas para as galerias pluviais construídas há muitos anos, quando a realidade da permeabilidade do solo era outra. Somado a isso estão as mudanças climáticas, cada vez mais presentes e o verão chuvoso com registro frequente de bombas d’água.

Mexer no que já está quase pronto significa gastar mais. Questionado se houve erro de projeto ou de execução, o secretário usou o tamanho da obra para defender sua pasta.

“Um projeto de melhoria engloba a questão do erro. Nós fazemos um projeto de engenharia para errar menos e não para acertar tudo. Fazemos um trabalho, um quantitativo para levantar todas as possibilidades, todos os materiais, para deixar o projeto mais completo possível. A obra da Carlos Gomes tem um valor de mais de R$51 milhões e nós estamos estimando um valor de aditivos – com os dois emissários – entre R$4,5 e R$5 milhões, ou seja, correspondente a 10% do valor da obra, que começou na Travessa Cristo Rei, foi até a rotatória da Unioeste, voltou pela Alexandre de Gusmão e terminou na Avenida Brasil pela Barão do Cerro Azul. Então tivemos uma assertividade de mais de 90% neste projeto”.

Aditivos

E em relação à responsabilidade do Município diante das obras, Rancy afirmou que já foi aprovado e está em fase de confecção de aditivos três grandes intervenções: o aumento do número de bocas de lobo ao longo de toda a avenida para retirar a água da pista o mais rápido possível; a construção de um grande emissário (um emissário de águas pluviais é uma obra de engenharia que conduz as águas da chuva para vales receptores) na região do Parque Tarquíneo, entre as Ruas Castro Alves e Prudente de Moraes; e ainda a construção de um emissário maior do que o atual nas imediações da Unioeste. Para a construção dos emissários será necessário o fechamento das ruas, conforme o secretário já adiantou.

O que foi inicialmente contratado já foi prorrogado e tem agora previsão de conclusão na primeira quinzena de abril; já as novas intervenções ficarão fora deste limite e os novos prazos não foram divulgados.

Rio da Paz

Na próxima semana será assinada a ordem de serviço para o início das obras na Rua Rio da Paz, que será transformada em binário com a Rua Rodrigues Alves e vai receber novo calçamento e nova intervenção na drenagem urbana. As obras fazem parte do pacote da revitalização da Carlos Gomes. O contrato para a pavimentação da Rio da Paz e das últimas quadras da Rua Academia, também no Universitário, já foi assinado no valor de R$4 milhões.

Foto: Paulo Alexandre/O Paraná

Outros bairros

As obras de melhorias devem se estender para os bairros Neva e na Vila Toletino, na extensão do córrego Quati, que deverá receber a mesma infraestrutura que foi utilizada na Rua Indira Gandhi, na ‘baixada’ do Fórum, utilizando estruturas de concreto e bueiros de ‘3×3’, conforme detalhou Rancy.

“Nos próximos meses e anos vamos instalar estruturas como esta no Quati e nos demais rios e córregos que cortam a cidade para diminuir os casos de alagamento”.

Já na baixada da Rua Salgado Filho, no bairro Cancelli, deverá ser construída uma ponte, semelhante à que está sendo feita no bairro XIV de Novembro.

Além disso, o secretário demonstrou que tem mapeadas reclamações e ações para alagamentos em outros pontos da cidade, como por exemplo, na Rua Jacarezinho, onde será necessário realizar o ‘levantamento’ da via para sanar o problema.

Trevo da Portal

Na coletiva, o secretário aproveitou para anunciar que o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) proferiu o deferimento ao projeto para a construção do viaduto na Rua Munique com a Valdemar Casagrande, na entrada do Bairro Cascavel Velho. Quando pronta, a obra deverá fechar em definitivo o famigerado Trevo da Portal, palco de graves acidentes e de congestionamentos diários nos horários de pico para acesso e saída dos bairros próximos. O governo do estado já havia liberado, ainda na gestão do ex-prefeito Leonaldo Paranhos, o valor de R$ 20 milhões para a obra. O Município trabalha agora na documentação para o processo licitatório.

Foto: Secom

Alagamentos também na Avenida Piquiri

No outro lado da cidade, na Avenida Piquiri, as queixas de alagamentos também vêm sendo registradas. “Nós acabamos de reformar e é impressionante a quantidade lixo que encontramos lá nesta manhã nas bocas de lobo”, disse o secretário Sandro Rocha Rancy, que apelou pela ajuda da população que tem à disposição serviço de coleta de lixo orgânico, reciclável e volumoso.

Para resolver o problema de forma emergencial, a equipe de servidores da Sesop vai realizar o trabalho de retirada do lixo de forma manual. E mais uma vez Rancy destacou que a equipe deixa de executar outras demandas da pasta para remover o lixo.