Agressão, morte, tentativa de atear fogo no torcedor rival, comemoração de um assassinato e uma ação repetitiva e orquestrada por pessoas que deveriam se reunir apenas para torcer. É isso que mostram as imagens exibidas pelo Fantástico, neste domingo, e apontam o inquérito feito para investigar a morte de Diego Silva dos Santos, torcedor organizado do Botafogo.
O documento foi apresentado à Justiça pela Delegacia de Homicídios (DH). O detalhes do documentos foram mostrados pelo programa da Rede Globo. O crime aconteceu durante a briga entre facções organizadas de Flamengo e Botafogo, no dia 12 de fevereiro, no Engenhão.
O delegado Daniel Rosa explica que as imagens mostram que pelo menos três dos oito acusados ? cinco presos e três foragidos ? participaram ativamente da morte de Diego. O vídeos das câmeras de segurança são nítidas e mostram que a briga que mata Diego, a segunda do dia, começa quando um grupo da facção organizada Torcida Jovem do Flamengo invade o lado destinado à torcida do Botafogo.
A ausência completa de policiais é visível. E Guardas Municipais que tentam conter a confusão apanham. Em seguida, os torcedores do Botafogo, ainda atônitos, começam a reagir. Entre eles, Diego, que frequentava estádios sempre e já tinha passagem pela policia por briga contra a mesma facção em 2015, no Maracanã.
Diego, que é visto com um pedaço de pau, é golpeado na cabeça por Herbert de Paula e cai no chão. Em sequência, Vitor da Silva, o gringo, monta em cima da vítima, que apanha até desmaiar, e Rogério Guinard o golpeia cerca de cinco vezes com um espeto. Segundo o Laudo do IML, foram essas golpes que mataram Diego.
Diego já está praticamente morto quando Gringo rouba a sua camisa e integrantes da facção Torcida Jovem Fla tentam atear fogo à vítima.
? Reunimos provas que mostram que os agressores tentaram ainda colocar fogo no corpo de Diego. Eles foram impedidos pelos amigos da vítima ? afirmou Daniel Rosa.
A blusa, ensaguentada, foi amarrada na perna de Wallace Mata, o Tabajara, presidente da Torcida Jovem Fla. Como um troféu. Para o delegado, a ação foi coordenada por Tabajara, que está foragido.
? Tabajara foi responsável por coordenar e dirigir todos os ataques que foram direcionados à torcida do Botafogo e culminaram com a morte do Diego. Todos eles vão responder por crime de homicídio qualificado, com uma pena de até 30 anos, e associação criminosa. A investigação vai continuar pra identificar outros que possam ter participado do assassinato de Diego ? garantiu Rosa.
A prisão temporária de Rafael Camelo, Vitor Portencio Adonai Santos, Rogerio Silva Guinard e Herbert Sabino de Paula termina hoje, mas pode ser revogada por mais cinco dias. A polícia procura, ainda, Wallace Motta, o Tabajara, Rafael Maggio Afonso, o Rato e Fábio Pinheiro, o Playboy, que estão foragidos.