Brasil - Na primeira sessão deliberativa sob a presidência do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), a oposição subiu a tribuna para fortalecer mais um pedido de impeachment do presidente Lula. O líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), acompanhado de deputados da “base bolsonarista” afirmou que, “assim como Dilma Rousseff foi responsabilizada pelas pedaladas fiscais, o Presidente Lula deve ser investigado pelas graves irregularidades no programa Pé de Meia, apontado pelo Tribunal de Contas da União”, disse Zucco.
Os parlamentares seguravam placas com a frase “Ou o Brasil para o Lula ou o Lula para o Brasil”. Zuco detalhou o pedido de impeachment que tem como base irregularidades do Programa Pé de Meia que foi protocolado com 131 assinaturas. “Não somos nós da Oposição. É o Tribunal de Contas da União, um órgão de controle e fiscalização [que faz alerta para as irregularidade]. O Brasil não pode continuar sendo governado à margem da lei e da responsabilidade. Este mesmo Governo do mensalão, dos sanguessugas, das corrupções da Petrobras. Chega do desgoverno! Chega de irresponsabilidade”, afirmou.
Pé de Meia
Parlamentares sob a liderança do deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) apresentaram uma denúncia de crime de responsabilidade sob o argumento que o governo federal desembolsou R$3 bilhões para o Pé-de-Meia sem a devida autorização do Congresso Nacional. De acordo com os parlamentares, por se tratar de uma despesa de caráter permanente, seria necessário o crivo da Câmara dos Deputados e também do Senado.
O plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) referendou a medida cautelar que determinou o bloqueio parcial dos recursos destinados ao programa. O ministro Augusto Nardes, responsável pelo relatório do caso, acatou a recomendação técnica da Corte e proferiu a decisão na última sexta-feira (17). O plenário do TCU manteve a decisão por unanimidade e bloqueou R$ 6 bilhões destinados ao Pé de Meia.
19 pedidos
O presidente Arthur Lira (PP-AL), que ocupou o cargo e ajudou a eleger Motta, não deu prosseguimento a nenhum processo de impeachment apresentado nos quatro anos em que comandou a Câmara, tanto contra o ex-presidente Jair Bolsonaro quanto contra Lula. Com isso, Hugo Motta ficou com uma herança de 19 pedidos apresentados contra o petista. Atualmente, membros da oposição articulam um novo pedido baseado em irregularidades no programa Pé-de-Meia investigadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Apoio popular
Em declaração à Gazeta do Povo, o deputado Rodolfo Nogueira, autor do novo pedido, a pressão popular será fundamental neste processo. “Com o povo brasileiro indo às ruas para pedir sua saída, acredito que isso será fundamental para avançarmos com o impeachment aqui no Congresso”, disse Nogueira.
Em coro ao autor do novo pedido, a deputada Bia Kicis (PL-DF), disse que “a gente percebe que as pessoas já estão até impacientes, porque o Lula já cansou de dar motivos. Mas agora a coisa ficou muito explícita, muito clara, a ponto de pessoas que anteriormente nem pensavam nessa questão do impeachment já estão falando, apoiando. A popularidade do Lula está despencando, inclusive nos redutos eleitorais dele. Eu acho que já passou da hora; […] a gente tem que aproveitar esse momento que parece bem propício“.
Motta critica ‘bonés’
Em postagem em sua conta no “X”, o presidente da Câmara, Hugo Motta, disse que a “guerra dos bonés” não serve para “resolver os problemas do país”. Desde sábado (1º), na eleição das mesas, governistas e oposição têm usado o adereço para troca de ataques e críticas. “Pra mim, boné serve pra proteger a cabeça do sol, e não pra resolver os problemas do país. O que a gente precisa é fazer, e ter a cabeça aberta pra pensar em como ajudar o Brasil a ir pra frente“, disse Motta na postagem em sua no antigo Twitter.
Logo na manhã de ontem (4), em sua conta,o presidente Lula usou o boné azul idealizado pelo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação), Sidônio Palmeira, com a mensagem “O Brasil é dos brasileiros”.
O boné foi uma resposta ao boné vermelho com a frase “Make America Great Again”, usado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na segunda-feira (3), parlamentares da oposição usaram bonés verde e amarelo, com a inscrição “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026“. E entoaram gritos contra Lula e a alta de preços na tribuna da Câmara, em resposta ao boné utilizado por governistas.