Cascavel - Um cenário bastante preocupante – que vai desde o clima propício de proliferação de mosquito com calor, chuva de verão unido com o surto de casos de chikungunya desde o ano passado – fez com que o Município de Cascavel criasse um grupo de trabalho para “planejar e executar ações” prevendo que a cidade tenha uma segunda epidemia da doença, que no ano epidemiológico anterior deixou a marca de mais de 32 mil casos de dengue e 58 mortes em decorrência da dengue.
Nesta quinta-feira (16) ocorreu a primeira reunião da “Sala de Situação das Arboviroses para estratégias de enfrentamento”, nome técnico para o grupo de profissionais que passa, a partir de agora, se reunir periodicamente para analisar o cenário e traçar as ações em busca de reduzir o mosquito Aedes aegypti, transmissor de três principais doenças, conhecidas como as arboviroses.
Trabalho constante
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Ali Haidar, para criar este novo grupo que terá uma grande parte das secretarias municipais, eles tiveram que revogar a portaria do grupo do ano passado, já que a ideia é que se mantenha um trabalho constante de avaliação e monitoramento das arboviroses, por isso, foi ampliada a quantidade de secretarias participantes inclusive com a participação da 10ª Regional de Saúde.
“Esta foi uma primeira reunião de apresentação do grupo e já na próxima faremos o planejamento de ações, porque precisamos pensar em um fluxo de atendimento, medicamentos e profissionais, nos prepararmos para uma possível epidemia”, relatou o secretário. Ele disse ainda que a ideia é unir ações de várias secretarias para eliminar o mosquito em circulação.
Para a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Cascavel, Rozane Campiol, o grupo vai trabalhar neste cenário preocupante, já que os casos de dengue estão mais tranquilos, mas existe um surto de chikungunya e que precisa de um enfrentamento assíduo. “Temos ações, mas ainda sem resultado. Precisamos mudar a cultura e o comportamento de rotina, porque o Poder Público está fazendo a sua parte, mas a população precisa ajudar para conter o avanço da doença”, alertou.
Rubens Griep, chefe da 10ª Regional de Saúde de Cascavel explicou que a regional acompanha a situação das doenças em todos os municípios e apoia as decisões e pedido, assim como o fumacê que está sendo aplicado na cidade, pedido pelo Município e viabilizado pela Sesa (Secretaria Municipal de Saúde). “Fizemos um trabalho de bastidores, principalmente em Cascavel que tem cerca de 60% da população da Regional de Saúde”, salientou.
Griep falou ainda que é importante sempre reforçar que a população é ator principal no enfrentamento e que só existem as doenças porque tem uma grande circulação do mosquito e que ele só cresce em água parada. Cascavel divulgou ontem o boletim semanal da doença que confirmou um aumento dos casos. Ao todo, são 119 casos de chikungunya – sendo que a maioria é na Região Norte – e 38 casos de dengue.