ORLANDO ? Omar Mateen, o extremista que matou 49 pessoas numa boate gay de Orlando, comprou na véspera do massacre três passagens de avião, revelaram fontes à rede de TV americana CNN. Não foi informado qual seria o destino da viagem ou se as três passagens seriam para Mateen, a mulher e o filho. orlando2106
Segundo fontes, ele teria visitado a boate Pulse no dia do ataque, saído e retornado de duas a três horas depois armado. A primeira ida à casa noturna poderia ter sido uma forma de checar a segurança no local, disseram pessoas que pediram à emissora para não serem identificadas.
Durante o massacre, Mateen entrou em contato com as autoridades e se identificou como um ?soldado islâmico?. Ele também criticou os bombardeios ao Iraque e à Síria e jurou lealdade ao líder do Estado Islâmico.
Segundo o FBI (a polícia federal americana), que liberou nesta segunda-feira trechos das gravações das ligações feitas pelo atirador, Mateen se mostrou calmo e desafiador. Ele prometeu que novas ações semelhantes ocorreriam nos dias seguintes.
As gravações permitem estabelecer a ordem dos acontecimentos e foram usadas pela polícia para rebater críticas de que teria demorado a agir. A primeira ligação ocorreu às 2h35m (hora local), 30 minutos depois de agentes receberem denúncias de tiros na boate. Mateen falou em árabe e citou “Deus, o misericordioso”:
? Eu estou em Orlando. Eu dei os tiros ? disse o homem, que momentos antes havia jurado lealdade ao Estado Islâmico.
Dez minutos depois, um grupo de negociadores começou a conversar com ele. Entre 2h48m e 3h24m, policiais falaram por três vezes com Mateen, num total de 28 minutos. O extremista já estava com reféns quando telefonou e postou mensagens na internet. Ele disse estar com um carro cheio de explosivos no estacionamento e vestir um colete “do tipo usado na França”. No entanto, explosivos não foram encontrados após a invasão.
? Vocês vão ver, vou detoná-los se tentarem fazer qualquer coisa estúpida ? disse Mateen. ? Nos próximos dias, vocês verão mais ações como esta ? disse, desligando em seguida.
Mateen, que tinha 29 anos, nasceu em Nova York, numa família afegã, e morava na Flórida. Ele trabalhava como segurança e aparentemente se radicalizou pela internet.
Mais de 500 pessoas já foram ouvidas e 600 peças de provas foram coletadas na investigação do maior ataque armado da História dos EUA, segundo os policiais.