Ciao, Enel
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, procurou, à margem da agenda oficial do G20 no Rio de Janeiro, saber detalhes sobre a situação da Enel no Brasil e ouviu do próprio presidente Lula da Silva recados velados de que a empresa pode perder os contratos de exploração de serviços em São Paulo. Semanas antes do megaevento, que reuniu presidentes e líderes de quase 30 países, parte da capital paulista ficou dias sem energia, e no próprio G20 e Enel – que também administra a distribuição no Rio – deu um susto e houve um breve apagão no local do evento. O governo da Itália é sócio em 30% da Enel e fontes da Coluna indicam que o governo paulista, a ANEEL e o Ministério de Minas e Energia não tomaram a tempo medidas drásticas contra a Enel para evitar constrangimento e crise diplomática com a presença de Meloni no Brasil.
Linha cruzada
Muito criticado entre portas pelos empresários de radiodifusão e telecomunicações quando foi procurador-geral da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Victor Cravo, indicado de novo para Anatel, agora como conselheiro, foi apadrinhado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (AGU) e Lewandowski (Justiça). Nenhum deles consultou o setor, uma praxe, e muito menos o Palácio.
Olha o mosquito!
Com o verão na porta, o Ministério da Saúde patina sobre campanha de conscientização e na interface com prefeituras para combate à dengue – verão passado os números assustadores balançaram a ministra Nísia Trindade do cargo, salva a tempo pelo PT do Rio de Janeiro. O cenário arrisca ser pior agora, com centenas de prefeitos de malas prontas e com pouca vontade de ajudar os opositores na transição.
Cadê o dinheiro?
Técnicos parlamentares que acompanham o assunto revelam que as universidades públicas do Sul sofrem para receber verbas do MEC – em especial emendas parlamentares – em detrimento das entidades do Norte e Nordeste, onde o governo tem seu reduto eleitoral mais forte – regiões muito prestigiadas pelo ministro da Educação, o cearense Camilo Santana. O informe que chega ao Congresso é que falta pessoal técnico para análise dos processos. Mas a torneira está aberta para o Norte.
Violência policial
Os casos de violência policial – e gratuitas! – em São Paulo chegaram ao Congresso Nacional. A oposição ao governador Tarcísio de Freitas se mobiliza para pedir a cabeça do secretário de Segurança, o deputado federal licenciado Guilherme Derrite. Ivan Valente (PSOL-SP) tem dossiê e quer audiência pública na Câmara para cobrar explicações às autoridades paulistas.
Que vergonha
A Coluna já tinha revelado que o deputado federal André Janones (Avante-MG) usa o endereço do gabinete na Câmara como de seu escritório de advocacia no registro da carteira da sua OAB, um caso no mínimo curioso. Mas agora se revela que ele ainda usou um registro suspenso para uma de Ação Declaratória de Extinção de Partido contra o PL no Supremo Tribunal Federal.
ESPLANADEIRA
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