CASCAVEL

Covid-19: Unidades de saúde sem vacinas e sem previsão de chegar

Desabastecimento de vacinas contra a Covid-19 em Cascavel: unidades de saúde enfrentam falta de doses para todos os públicos - Foto: SESA PR
Desabastecimento de vacinas contra a Covid-19 em Cascavel: unidades de saúde enfrentam falta de doses para todos os públicos - Foto: SESA PR

As unidades de saúde de Cascavel estão sem vacinas contra a Covid-19 para todos os públicos. A informação foi confirmada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) que afirmou ainda que não existe previsão de chegada de novas doses para a cidade, já que o problema do desabastecimento ocorre em todo o país por faltas de repasse do imunizante pelo Ministério da Saúde.

De acordo com a coordenadora do PMI (Programa Municipal de Imunização de Cascavel), Ana Carolina Rossin, a orientação para as salas de vacinação que ainda têm é de otimizar a quantidade de doses, para evitar que sejam perdidas. A última remessa que a cidade recebeu foi em outubro, com cerca de 2,9 mil doses, mas que já foram todas utilizadas.

Segundo Rossin, as unidades de saúde estão fazendo uma busca ativa pelo público infantil e outras pessoas que estão no grupo de risco, para que as doses sejam aplicadas com horário marcado, evitando o desperdício, mas que, fora isso, a orientação para o público geral é que aguarde a chegada de novas doses da vacina.

A Sesa (Secretaria de Estado da saúde) disse que eles solicitam todos os meses as doses que são encaminhadas pelo Ministério da Saúde que é quem faz a compra dos imunizantes e encaminha para os estados, que fazem a distribuição pelas regionais de saúde e, consequentemente para os Municípios. A última remessa recebida pela Sesa foi em setembro – de 96 mil doses.

Desabastecimento

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou em entrevista a jornalistas que o Brasil está seguro quanto ao abastecimento das vacinas que integram o PNI (Programa Nacional de Imunizações). “A vacinação é a prioridade máxima do Ministério da Saúde, o que reflete nos nossos números. O aumento da cobertura continua sendo uma realidade. Não se pode falar de desabastecimento de vacina no Brasil”, destacou.

Segundo o Ministério, o programa distribui anualmente cerca de 300 milhões de doses para os 5.570 municípios brasileiros e que o Brasil saiu do ranking dos 20 países com mais crianças não vacinadas, reflexo do esforço de realizar um planejamento de acordo com as realidades locais e também com a retomada das campanhas de vacinação.

Durante a entrevista, ela destacou ainda o avanço na imunização contra a Covid-19, que passou a fazer parte da rotina do cronograma das crianças, não existindo mais um calendário de campanha anual. Grupos prioritários, como pessoas com comorbidades e idosos, devem se vacinar a cada seis meses. Crianças se vacinam pelo calendário. O que existe é a necessidade de continuidade da ação. Baseado nessa lógica de continuidade, o Ministério da Saúde tem seus contratos e os executa conforme a necessidade para garantir o abastecimento, sempre com as vacinas mais atualizadas e de acordo com as evidências científicas mais atuais. 

A ministra Nísia Trindade citou, ainda, a nova coalizão para produção local e regional de vacinas e a transferência de tecnologias, temas amplamente discutidos durante a gestão brasileira do G20, além do investimento do Ministério nos maiores produtores locais: Instituto Butantan e Fiocruz, das parcerias público-privadas e estratégias de diversificação de fornecedores para evitar o desabastecimento.

Composição

Na semana passada, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a atualização da composição das vacinas Spikevax, da farmacêutica Adium, e Comirnaty, da Pfizer, ambas utilizadas no Brasil para a prevenção da Covid-19. A atualização consiste na alteração da cepa usada na produção do imunizante e atende a normas recém-publicadas pela própria Anvisa.

As doses devem ser atualizadas periodicamente, de modo a conter as cepas recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), como já acontece com a composição da vacina contra a influenza. Por meio de nota, a Anvisa destacou que a OMS trabalha no monitoramento das variantes do vírus da Covid-19 em circulação no mundo e na verificação da manutenção da eficácia das vacinas disponíveis.

A indicação das duas vacinas em questão segue sendo a mesma de seus respectivos registros: para uso em indivíduos a partir de seis meses de idade. Já o esquema posológico varia de acordo com o produto a ser administrado, a idade do paciente e seu esquema de vacinação.