COLUNA AMPARAR

A expiação aparece de muitos modos na família

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“A expiação também é uma tentativa de compensação, mas é uma tentativa cega e instintiva que ocorre sem controle. Esta tentativa de compensação é particularmente comum nas famílias em que uma mãe morre ao dar à luz um filho. A criança que sobrevive é, obviamente, inocente em relação à morte da mãe. No entanto, saber da sua inocência não lhe traz alívio. Ela consegue ver sua vida unicamente no contexto da morte de sua mãe e sem se livrar da pressão da culpa.” (Bert Hellinger, Zweierlei Glück, p. 36)

A lei natural do equilíbrio de troca responsável pela manutenção dos relacionamentos sociais por vezes é transposta para outros contextos nos quais produz consequências graves. Trata-se da compensação como expiação.

A expiação como mecanismo de compensação nasce da crença de haver obtido uma vantagem em prejuízo de outro. Podemos ilustrar isso com a situação em que uma mãe morre no parto ao dar luz a uma criança.

Mais tarde, esta criança sente interiormente que, para ter a sua vida, foi preciso a morte de sua mãe. Ou seja, o filho sente que obteve uma vantagem graças ao prejuízo da mãe. Mesmo depois de adulto e de haver compreendido que não deve a sua vida à morte da mãe, permanece nele a pressão da culpa.

A expiação como forma de compensação pode assumir diferentes formas. Nos descendentes do sistema familiar em que uma mulher morre ao dar a luz costumam aparecer pessoas que decidem não ter filhos. E essa decisão pode se mostrar de diferentes maneiras.

Por exemplo, pode dar-se na forma de suicídio de descendentes da mulher morta no parto. Outras vezes aparece na forma de renúncia a ter filhos. A mesma dinâmica pode estar atuando em famílias nas quais as mulheres entram no convento para se tornar freiras e os homens para se tornar padres. É também esta dinâmica que pode estar detrás da decisão de uma pessoa que decide não ter filhos ou que se deixa esterilizar.

Obviamente, a expiação não resolve a situação. Onde, então, está a solução? A solução está em dar a essa mulher que morreu no parto um lugar de respeito no sistema. Este é o mesmo amor que atua na expiação, mas agora em uma direção diferente. Assim, a pressão da culpa fatídica torna-se um motor e uma força para a vida, possibilitando ações que nunca seriam capazes de realizar. Isto traz reconciliação e paz, e então o sacrifício da mãe tem um bom efeito.

JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar

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