BRASÍLIA Em seu depoimento à Comissão do Impeachment, a ex-secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Maria Fernanda Ramos Coelho afirmou nesta terça-feira que não se pode considerar como operação de crédito os atrasos nos pagamentos do Tesouro ao Banco do Brasil porque não teria ocorrido cobrança de juros. Ela ressalta que os valores a mais pagos posteriormente pela União não tinham esse título, mas o de atualização.
Não houve pagamento de juros, houve pagamento de atualização monetária. São coisas distintas afirmou.
Ela disse ainda que participou de reuniões com Banco do Brasil e que em nenhum momento houve qualquer questionamento sobre os pagamentos em atraso.
O depoimento de Maria Fernanda foi encerrado e a comissão ouvirá agora o ex-ministro Aldo Rebelo. Também depõem nesta sessão Luís Inácio Lucena Adams, ex-advogado-geral da União, e Antônio Carlos Stangherlin Rebelo, responsável técnico junto ao Conselho Nacional de Justiça para análise de créditos suplementares.
O depoimento de João Luiz Guadagnin, diretor do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, foi remarcado para quarta-feira. Ele também falaria aos senadores na noite de segunda, quando houve a interrupção da sessão devido à falta de luz no Senado. Nessa quarta, serão tomados os últimos depoimentos da defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff.
As diligências serão encerradas na próxima terça-feira com a oitiva do coordenador da comissão de peritos, João Henrique Pederiva, e de um assistente técnico indicado pela acusação e outro pela defesa. Está marcado para o dia 6 de julho o depoimento de Dilma. Ela não é obrigada a comparecer, podendo ser representada pelo advogado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo. Pelo cronograma aprovado na semana passada, a previsão é que o processo seja concluído até o final de agosto.