SÃO PAULO ? A juíza Cristina Balbone Costa, da 5ª Vara Federal de São Paulo, deve decidir nos próximos dias se condena ou não o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto na ação que investiga o rombo de R$ 100 milhões da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). Vaccari presidiu a cooperativa entre 1999 e 2009 e, para o Ministério Público de São Paulo, houve desvios de dinheiro para financiar o PT.
Cerca de 3 mil cooperados ficaram sem receber seus imóveis e vários prédios inacabados foram transferidos à OAS, entre eles o edifício Solaris, no Guarujá, alvo de investigação da Operação Lava-Jato. Uma das unidades do Solaris, um tríplex, teria sido destinada ao ex-presidente Lula e e sua mulher, Marisa Letícia. Lula nega ser o dono do imóvel.
Vaccari e ex-dirigentes da cooperativa são acusados por organização criminosa, apropriação indébita, estelionato e falsidade ideológica. Segundo a denúncia, a Bancoop foi usada para tomar empréstimos sem a anuência dos cooperados. Foram feitas captações por meio de um fundo, o FDIC Bancoop, sem que tenham sido indicadas a destinação de cerca de R$ 35 milhões.
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto já cumpre pena no Complexo Médico Penal da Região Metropolitana de Curitiba. Ele já foi condenado em duas ações da Lava-Jato. Na primeira, a pena foi de 15 anos e quatro meses. Na segunda, de 9 anos e 10 meses.