Cotidiano

Tony Blair: ?Assumo total responsabilidade pela decisão de entrar na guerra do Iraque?

201607060701098165_AP.jpgLONDRES ? O ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou nesta quarta-feira que a decisão de entrar na guerra do Iraque foi a mais difícil que tomou, assumindo total responsabilidade pela invasão do país em 2003. A declaração do ex-premier foi feita logo após a apresentação de um inquérito oficial que criticou o envolvimento do Reino Unido na guerra. Iraque

? Eu assumo total responsabilidade pelo que aconteceu, sem exceção ou desculpa ? afirmou Blair em um pronunciamento em Londres. ? As avaliações de inteligência feitas no momento de ir para a guerra acabaram sendo erradas. As consequências acabaram sendo mais hostis, prolongadas e sangrentas do que imaginávamos. Por tudo isto, expresso mais tristeza, arrependimento e pedido de desculpas do que você jamais pode acreditar.

Blair, no entanto, discordou de alguns pontos do relatório, e rejeitou o argumento de que o terrorismo de hoje foi resultado da invasão do Iraque.

Ele também disse que acreditava que o mundo era um lugar melhor sem o ditador iraquiano Saddam Hussein, que foi derrubado pela invasão e morto.

Treze anos após a invasão das tropas britânicas no Iraque e sete anos depois de os soldados deixarem o país que ainda está assolado pela violência, uma investigação concluiu que o Reino Unido foi à guerra antes de esgotar as opções de um desarmamento pacífico do regime de Saddam Hussein.

As conclusões da investigação foram apresentadas a deputados e ao público britânico em Londres. Desde a invasão até hoje, de acordo com dados da organização Iraq Body Count, o conflito causou 251 mil mortes, entre civis e combatentes.

? Chegamos à conclusão de que o Reino Unido escolheu unir-se à invasão do Iraque antes de esgotar as opções de um desarmamento pacífico ? explicou o diplomata John Chilcot, que coordenou a investigação sobre o conflito iniciado em 2003.

Produzido em sete anos, o relatório analisa as decisões tomadas antes, durante e depois da intervenção militar no Iraque, um dos capítulos mais controversos dos mandatos do ex-primeiro-ministro Tony Blair (1997-2007). O documento tem 2,6 milhões de palavras sobre a guerra e suas consequências caóticas. Inquérito conclui que Reino Unido foi à guerra no Iraque de maneira prematura