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São tantas emoções para Del Potro

Foram 11 meses até que Juan Martin Del Potro pudesse voltar às quadras. Após a terceira cirurgia no punho direito, o argentino, campeão do US Open de 2009, o maior de seus 18 títulos, pensou seriamente em se aposentar. Mas a frustração se transformou em combustível e, em março, ele voltou a treinar. Agora, nos Jogos do Rio, o ex-número 4 do mundo e atual 141 vem mostrando que fez a coisa certa ao seguir no esporte. Links tênis

Na noite de domingo, com praticamente todos os 10 mil lugares da quadra central ocupados, e numa atuação impecável, em que sequer teve o saque ameaçado, Delpo despachou o líder do ranking, o sérvio Novak Djokovic, por duplo 7/6, na estreia. Há quatro anos, em Londres, o argentino vencera o mesmo rival, na disputa pelo bronze.

? Hoje, depois de sonhar anos com estes momentos, sinto algo muito forte, difícil de acreditar. Estou surpreso com meu nível e, ao mesmo tempo, tranquilo, porque quando meu pulso está bem, sei que a direita vai aparecer e meu saque vai ajudar ? afirma o tenista de Tandil, de 27 anos, para quem o triunfo de domingo foi ainda maior do que o título conquistado em Nova York, em 2009.

No alto de seu 1,98m, o argentino confessa não ter segurado a emoção após a vitória:

? Chorei muito à noite, de alegria, pela quantidade de gente que me apoiou no tempo que estive fora e neste momento. Poder respondê-los dentro da quadra e não em uma clínica ou hospital, para mim, é a melhor coisa.

Os recordes quebrados nos Jogos Rio-2016

Na segunda-feira, pouco mais de 14 horas depois da vitória épica contra o melhor do mundo, o argentino voltou à quadra central para eliminar o português João Sousa, por 6/3, 1/6 e 6/3. A nota triste da partida foi a agressão de um torcedor argentino a um brasileiro, após uma discussão na arquibancada. O agressor acabou retirado do local.

Nas duas partidas de simples até agora, especialmente com seus winners (pontos vencedores) de direita e potentes saques, Delpo levou os muitos compatriotas ao delírio na quadra central. Num clima muito semelhante às partidas de Copa Davis, os apaixonados torcedores argentinos têm comemorado cada ponto do conterrâneo como se fosse um gol. E o 141º do mundo elogiou a postura dos fãs:

? Quando há respeito, é lindo demais, curto muito. Eles fazem silêncio quando é necessário, e isso está bem.

Para seguir sonhando com novo pódio olímpico, o ídolo argentino terá de bater o japonês Taro Daniel, 117º do mundo, em confronto inédito, pelas oitavas de final.

? É um adversário difícil, muito rápido e sólido na linha de base. Mas se eu seguir meu foco e meu jogo, poderei vencer ? aposta Delpo.

SERENA AVANÇA

Depois de debutar com vitória nos Jogos, aos 32 anos, no domingo, o paulista Rogério Dutra Silva (95º do mundo) foi eliminado ontem, na segunda rodada. O algoz foi o francês Gael Monfils (11º), por 6/2 e 6/4.

Pela chave de duplas, os brasileiros André Sá e Thomaz Bellucci, empurrados pela torcida na quadra 1, tiveram um bom início, mas se despediram nas oitavas de final (segunda rodada). Os dois foram superados pelos italianos Fabio Fognini e Andreas Seppi, de virada, por 5/7, 7/5 e 6/3. Foi a quinta Olimpíada disputada por Sá, aos 39 anos, um recorde no tênis brasileiro.

Na chave feminina, a americana Serena Williams, atual campeã, venceu a francesa Alize Cornet, por 7/6 (7/5) e 6/2, e está nas oitavas de final. A próxima rival da líder do ranking é a ucraniana Elina Svitolina (20ª).

Segunda favorita, a alemã Angelique Kerber também avançou: 6/4 e 6/2 contra a canadense Eugenie Bouchard. Conheça todos os esportes olímpicos da Rio-2016