BRASÍLIA – Em meio ao ritmo frenético das competições na Olimpíada, o Ministério do Esporte terá de detalhar todos os gastos nos jogos, inclusive os relacionados a segurança. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou o detalhamento de todas as despesas referentes à realização dos jogos. Fontes do TCU dizem que o prazo termina neste domingo.
Essas despesas incluem “o custeio da APO (Autoridade Pública Olímpica) e os gastos com serviços e ações de outras pastas, como as de Turismo, Justiça e Defesa, e outras que estejam representadas no Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos”. O prazo dado foi de 90 dias.
O entendimento em auditorias do tribunal é que não há clareza sobre os gastos na Olimpíada, sendo impossível, por exemplo, estimar um custo definitivo dos Jogos Olímpicos e o tamanho exato dos gastos públicos. Os dados da matriz de responsabilidades, que discrimina quanto cada esfera de poder (municipal, estadual e federal) se comprometeu a gastar, e da carteira de projetos precisam ser atualizados, conforme determinação do TCU.Um ponto central cobrado pelo tribunal é a diferenciação de despesas de custeio, como o pagamento de salários, e de capital, com os investimentos feitos que permanecerão como legado. Esse pedido para que haja uma distinção está claro num acórdão aprovado no fim de junho: “distinção entre despesas correntes, que representem custos efetivos para a realização dos jogos, e despesas de capital, que deverão originar bens e legados para a administração”.
Cabe à APO apresentar os dados das despesas de todos os entes envolvidos, inclusive do comitê organizador da Rio-2016, segundo auditores ouvidos pela reportagem. O valor exato dos gastos ainda não foi entregue ao tribunal, conforme esses auditores.
O ministro Augusto Nardes é o relator dos processos relacionados à Olimpíada. Ele diz que a União foi cobrada a fornecer quanto de fato gastou nos jogos.
– Houve uma proposta nossa questionando quanto a União tinha repassado nesta reta final, e isso ainda não foi respondido. Várias despesas deixaram de ser informadas, e alguns pontos foram retirados da matriz de responsabilidades – afirma o ministro.
O Ministério do Esporte foi procurado na sexta-feira, porém até a publicação desta reportagem, neste sábado, não foi dada resposta.
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