RIO ? A seleção brasileira feminina de vôlei, líder invicta do grupo A, entra em quadra neste domingo, às 22h35, para enfrentar a Rússia, vice-líder, também invicta mas com saldo de sets pior, para decidir o primeiro lugar da chave. Manter essa posição significa cruzar com o quarto colocado do grupo B, que deve ser a China. As jogadoras de Lang Ping enfrentam, neste domingo as líderes da chave B, as americanas, às 17 horas. Volei-conteudo-1308
Desde a edição passada, o cruzamento olímpico sofreu alterações para evitar “entregadas” de olho no rival da fase seguinte. E, assim, os segundos e terceiros colocados de cada chave passam por sorteio para a definição dos confrontos das quartas-de-final.
Além disso, os líderes das chaves não correm o risco de se enfrentar nas semifinais, apenas na decisão. Brasil e EUA fizeram as duas últimas finais, em Pequim-2008 e Londres-2012, e o Brasil ganhou as duas.
? Vamos buscar o primeiro lugar do grupo mas não temos de escolher adversário. Se ficarmos em segundo, no sorteiro, podemos pegar a Sérvia ou Holanda, Não tem para onde correr ? constata o técnico do Brasil, Zé Roberto, que prevê partida complicada contra a Rússia, a mais difícil até agora. ? A Rússia está bem. A Kosheleva surge das cinzas, fica sem treinar semanas e volta bem, dando nela (bola). Não sei como está fisicamente mas o que tenho visto aqui no Rio é que ela está bem. No Grand Prix, elas estavam com alto estima baixa. Não era a Rússia lá. Com a Kosheleva elas se sentam mais fortes e competitivas.
A Rússia chegou ao Jogos do Rio após ficar em quarto lugar no Grand Prix. O Brasil foi campeão. Mesmo com o desfalque de Goncharova e Kosheleva, o técnico Yuri Marichev foi bastante criticado. Kosheleva já havia sofrido uma lesão no tornozelo, em fevereiro, num jogo da competição nacional na Rússia, e ficou cerca de quatro meses sem jogar um set completo. Havia retornado às quadras durante a segunda semana do Grand Prix mas sentiu as costas. Após o GP, Yuiri sacou a experiente levantadora Babeshina e a atacante Malykh. Chamou às pressas a levantadora Vera Vetrova e a ponteira Irina Voronkova.
? A principal competição para a gente é a Olimpíada e não o Grand Prix. O treinador tentou experimentar diferentes jogadoras para tomar uma decisão. O GP não era prioridade ? justificou Kosheleva.
Brasil e Rússia tem histórico de grandes confrontos no vôlei feminino. Em Atenas-2004, Gamova e cia venceram o Brasil de virada, impedindo o time de fechar o jogo por seis vezes. Até então, o Brasil não avançava às semifinais. Nas três edições anteriores, a seleção tinha sido eliminada nesta etapa: em Atlanta-1996 e Sydney-2000 ficaram com o bronze. E em Barcelona-1992, em quarto.
Em Londres-2012 aconteceu o inverso e o Brasil salvou seis match point, derrotou a Rússia e foi para a final. E em Pequim, venceu as russas na primeira fase e cruzou com a China no mata-mata.
? Para mim é novo jogo. Aquilo é passado, se aprendeu algo. E vida que segue. Temos de pensar na Goncharova e na Kosheleva (não foram personagem) e como tentar pará-las ou diminuir a produtividade delas durante o jogo. Aquele clima de animosidade não existe mais. A Fernanda Garay é amiga da Goncharova. E eu até falei para ela na Vila, que além de bonita é uma ótima jogadora. Ela é extremamente educada, concentrada, se dedica muito. Não tem mais isso.
Sheilla afirma que a rivalidade existe mas é saudável. E que é complicado tanto enfrentar as russas quanto as americanas.
? Mesmo que a gente tenha decidido as últimas duas Olimpíadas contra os EUA, perdemos duas finais de Mundiais para a Rússia, já ganhamos e perdemos delas em jogos decisivos em Olimpíadas. E esses jogos são sempre decididos em detalhes. Não tem como não criar essa rivalidade. Hoje a gente tem mais amizade com elas, eu pessoalmente não, mas a Garay e a Fabíola sim. Ambas falam bem das meninas. Antigamente não tinha isso. Segredos Olímpicos: Vôlei
Zé Roberto confirma que essa rivalidade é águas passadas e que hoje jogadoras de ambas as equipes são amigas. Afirma que a Rússia corre atrás do ouro olímpico há anos, desde 1988, contra o Peru, não ganharam outro título olímpico. E que a questão do doping de atletas do país não será um incentivo para as atletas do vôlei.
? Elas bateram da trave desde então. E para elas, como geração, seria importante. Esse é o incentivo.
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