BRASÍLIA ? Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rogério Rosso (PSD-DF) vão para o segundo turno da eleição para presidente da Câmara dos Deputados. O candidato do DEM foi o mais votado com 120 votos. O candidato do PSD recebeu 106. Para ser eleito em primeiro turno, o candidato mais votado precisa obter metade mais um do total de votos (maioria absoluta). Como isso não ocorreu, a eleição foi para segundo turno com os dois candidatos mais votados. O mandato do novo presidente vai até fevereiro de 2017.
(TEMPO REAL: acompanhe a eleição na Câmara)
O presidente interino da Casa, Waldir Maranhão, determinou um intervalo de uma hora antes do início do novo pleito. O dois candidatos terão até 20 minutos para discursar e pedir voto na tribuna antes da segunda votação.
Primeiro candidato a discursar, o deputado Rodrigo Maia disse que a eleição para o mandato tampão, que dura só até fevereiro de 2017, é “anti-natural”. Ele pediu votos para ajudar o país a “navegar pelas tormentas” que ainda estão por vir e acenou aos partidos do campo da esquerda, dizendo que um bom presidente deve buscar o consenso.
? Uma Câmara fraca, imobilizada, refém da vontade de poucos faz a fraqueza de todos nós. Estarmos aqui hoje é anti-natural, trata-se de uma eleição atípica ? ressaltou.
Candidato que ameaça a ida do favorito do centrão, Rogério Rosso, ao segundo turno da eleição para presidente da Câmara, o atual segundo vice-presidente Fernando Giácobo (PR-PR) foi bastante aplaudido em seu discurso, marcado por forte defesa da classe política e do Legislativo. Ele lembrou que, na interinidade do presidente Waldir Maranhão (PP-MA), adquiriu experiência e dirigiu grande partes das sessões nas quais foram votados ?importantíssimas matérias?.
? Temos que representar e afirmar em todos os momentos, de forma contundente, especial nos próximos sete meses, a prerrogativa do poder Legislativo, único caminho para o Brasil atravessar com sucesso esse difícil período da nossa História ? discursou Giácobo.
Candidato apoiado pela nova oposição e que provoca preocupação no Palácio do Planalto, o peemedebista Marcelo Castro fez um discurso de independência do Poder Legislativo, sem aceitar imposição do Executivo ou Judiciário. Também falou o que soou como música para os ouvidos dos deputados: se sentar na cadeira de Waldir Maranhão, irá aprovar mudanças na liberação de emendas para que os repasses aconteçam automaticamente, sem a necessidade de apresentação de projetos.
? A luta pela emendas individuais que Henrique Eduardo Alves encampou, foi proposta de Marcelo Castro. Agora está difícil de liberar, mas vamos encontrar uma solução. Se eu sentar naquela cadeira ali onde está meu amigo Waldir Maranhão, vamos também encontrar avançar para passar o recurso automaticamente, sem apresentar projeto, para dificultar a vida do parlamentar. É isso que vamos fazer. E avançar também nas emendas coletivas, acabar com aquele tempo em que o deputado tem que ter bom comportamento, ter nota de serviços prestados ao governo para liberar ? prometeu Marcelo Castro.
Um dos favoritos, o candidato Rogério Rosso afirmou em seu discurso que como o mandato é de apenas seis meses não é hora de “inventar a roda”.
? É um momento excepcional, atípico. Não será o momento de inventar a roda, mas de trabalhar com simplicidade, previsibilidade, estabilidade, voltando à normalidade dos trabalhos ? disse.
Ele defendeu que a Casa procure sair unida do processo e sugeriu que todos os candidatos tirassem uma foto de mãos dadas.