Cotidiano

?Fala comigo?, de Felipe Sholl, é o grande vencedor do Festival do Rio

falacomig_f05cor_2016130480_0.jpgRIO ? O filme ?Fala comigo?, de Felipe Sholl, foi o grande vencedor da 18ª edição do Festival do Rio. O primeiro longa do cineasta carioca levou os troféus Redentor de melhor filme de ficção e atriz, para Karine Teles, em cerimônia realizada na noite dste domingo, no BNDES, no Centro. Karine já havia vencido na mesma categoria em 2010, por ?Riscado?, de Gustavo Pizzi.

Exibido no terceiro dia de competição da Première Brasil, ?Fala comigo? é uma mistura de drama e comédia romântica, sobre um adolescente de 17 anos (Tom Karabachian) com o fetiche de ligar para os pacientes da mãe (Denise Fraga), psicóloga, e se masturbar enquanto escuta a voz do outro lado. Uma dessas pessoas é Ângela (Karine Teles), uma quarentona que foi largada pelo marido e agora vive em depressão, com tendências suicidas. No dia da sessão, Sholl definiu a sua obra como ?subversiva? e disse esperar que ela ajude a ?tornar o Brasil um pouco menos conservador?.

Já ?A luta do século?, de Sérgio Machado, foi considerado o melhor documentário, confirmando o seu favoritismo ? o filme foi aplaudido de pé em sua estreia no festival, há uma semana. Trata-se do relato da histórica (e divertida) rivalidade dos ex-pugilistas Reginaldo ?Holyfield? e Luciano ?Todo Duro?, que durante anos foram considerados os melhores lutadores de seus estados (Bahia e Pernambuco, respectivamente). A hostilidade entre eles era tanta que migrou para fora dos ringues: os dois chegaram a trocar socos durante diversas coletivas de imprensa.

O prêmio de melhor ator foi dividido entre dois destaques do festival: Nelson Xavier, por ?Comeback?, de Erico Rassi; e Júlio Andrade, pela dobradinha ?Redemoinho?, de José Luiz Villamarim, e ?Sob pressão?, de Andrucha Waddington. Por protagonizar dois títulos de peso em competição na Première Brasil, Júlio Andrade já era tido como um dos favoritos. Drama sobre uma cidade assombrada pelo passado, ?Redemoinho? também recebeu o prêmio especial do júri, enquanto o thriller médico ?Sob pressão? rendeu a Stepan Nercessian o troféu de melhor ator coadjuvante.alutadose_f05cor_2016130536_0.jpg

Outro destaque foi ?Mulher do pai?, que levou para casa três troféus: o de direção (para a também estreante em longa-metragem Cristiane Oliveira), o de atriz coadjuvante (Verónica Perrotta) e o de melhor fotografia (Heloisa Passos), este último dividido com Fernando Lockett, pelo documentário ?Superorquestra arcoverdense de ritmos americanos?.

O júri da Première Brasil foi presidido por Charles Tesson, diretor da Semana da Crítica do Festival de Cannes, e composto pelas cineastas Maria Augusta Ramos e Sandra Kogut e pelo ator Rodrigo Santoro. Ao todo, 14 longas (oito ficções e seis documentários) foram exibidos em competição, em sessões de gala realizadas no Roxy, dos dias 7 a 13. Segundo a organização, o Festival do Rio deste ano recebeu cerca de 200 mil espectadores.

Já o júri popular elegeu ?Era o Hotel Cambridge?, de Eliane Caffé, o melhor longa de ficção, e ?Divinas divas?, de Leandra Leal, o melhor documentário. A sessão de ?Hotel Cambridge? foi marcada por protestos contra o presidente Michel Temer.

Também foi entregue o prêmio Felix, dedicado a produções com temática LGBT, para a ficção ?Estranha?, de Pepa San Martin, e para ?Divinas divas?. O curta-metragem ?Love snaps?, de Daniel Ribeiro e Rafael Lessa, ficou com o prêmio especial do júri.

LISTA COMPLETA DE PREMIADOS NO FESTIVAL DO RIO

Première Brasil:

Melhor longa-metragem de ficção: “Fala comigo”, de Felipe Sholl

Melhor longa-metragem de documentário: “A luta do século”, de Sérgio Machado

Melhor curta-metragem: “O estacionamento”, de William Biagioli

Menção Honrosa curta-metragem – “Demônia, um melodrama em 3 atos”, de Fernanda Chicollet e Cainan Baladez

Melhor direção de ficção: Cristiane Oliveira por “Mulher do pai”

Melhor direção de doc: Sérgio Oliveira por “Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos”

Menção Honrosa direção de documentário – Marcos Prado, por “Curumim”

Melhor atriz: Karine Teles por “Fala comigo”

Melhor ator: Nelson Xavier, por “Comeback” e Julio Andrade por “Redemoinho” e “Sob Pressão”

Melhor atriz coadjuvante: Verónica Perrotta por “Mulher do pai”

Melhor ator coadjuvante: Stepan Nercessian por “Sob pressão”

Melhor fotografia: Fernando Lockett por “Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos” e Heloisa Passos por “Mulher do pai”

Melhor montagem: Marcio Hashimoto por “Era o Hotel Cambridge”

Melhor roteiro: Martha Nowill e Charly Braun por “Vermelho russo”

Prêmio especial do júri: “Redemoinho”, de José Luiz Villamarim

Novos Rumos:

Melhor filme: “Então morri”, de Bia Lessa e Dany Roland

Melhor curta: “Não me prometa nada”, de Eva Randolph

Prêmio especial do júri: “Deixa na régua”, de Emílio Domingos

Menção Honrosa: Layla Kayã Sah pela atuação (“Janaína Overdrive”, de Mozart Freire)

Voto popular:

Melhor longa ficção: “Era o Hotel Cambridge”, de Eliane Caffé

Melhor longa documentário: “Divinas divas”, de Leandra Leal

Melhor curta: “Demônia, um melodrama em 3 atos”, de Fernanda Chicollet e Cainan Baladez

Prêmio da crítica FIPRESCI:

“Viejo Calavera”, de Kiro Russo

“Era o Hotel Cambridge”, de Eliane Caffé

Prêmio Felix:

Melhor longa ficção: “Rara (Estranha)”, de Pepa San Martin

Melhor longa de doc: “Divinas divas”, de Leandra Leal

Prêmio Especial do Júri: “Love snaps”, de Daniel Ribeiro e Rafael Lessa

Prêmio Suzy Capó Personalidade Felix de 2016: Lea T

Mostra Geração:

Vencedor do júri popular: “Bruxarias brujerías”, de Virginia Curiá – Animação/ Espanha / Brasil