Esportes

Presidente do Comitê Paralímpico diz não duvidar do ?bom senso? do TRE-RJ

RIO – A quase três semanas do início dos Jogos Paralímpicos do Rio, no dia 7, o
veto recente da Justiça Federal ao repasse de verbas públicas ainda é um
obstáculo. Mas, nesta sexta-feira, em coletiva de imprensa no Parque Olímpico, o
presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons,
mostrou confiança de que o impasse será resolvido (a prefeitura está
comprometida a investir R$ 150 milhões no megaevento):

? Não temos dúvida do bom senso do TRE do Rio de Janeiro. Havia uma
informação de que esta seria uma despesa não orçada. Mas o projeto de
candidatura do comitê já contava, em 2009, com o dinheiro e recursos públicos
investidos, especificamente, no orçamento dos Jogos Paralímpicos. Então não é
uma despesa que não havia sido orçada anteriormente. Não temos dúvida de que
essa situação vai se esclarecer e os R$ 150 milhões virão. Além disso, temos
garantia verbais, reiteradas vezes, do prefeito Eduardo Paes de que soluções
serão encontradas, caso a proibição do TRE continue. De novo, tenho a confiança
de que será autorizada.

Impasse à parte, Parsons está
bastante otimista quanto à participação dos anfitriões na Paralimpíada do Rio:

? O público que abraçou esses Jogos Olímpicos, torcendo, vibrando, pode ter
certeza de que esse clima vai continuar. temos essa meta de chegarmos ao quinto
lugar (no quadro geral de medalhas), ficamos em sétimo em Londres . Esta é a
maior delegação paralímpica de todos os tempos e, certamente, a melhor, a mais
bem preparada. Vamos ter uma cerimônia de abertura inesquecível, imperdível.
Nenhum brasileiro que tem amor a este país pode perder essa cerimônia. Temos a
melhor geração paralímpica de todos os tempos. E nossa meta é ganhar uma medalha
por dia ? disse o dirigente.

REPASSE DO GOVERNO

Em uma reunião na tarde de quinta-feira, o governo federal e a prefeitura
acertaram com o Comitê Rio-2016 um repasse de até R$ 270 milhões para a
organização dos Jogos Paralímpicos. Até agora, apenas 12% dos ingressos foram
vendidos, e as receitas não estão acompanhando o nível de despesas. Repasses
para que os comitês locais possam financiar viagens de atletas ao Rio, por
exemplo, estão atrasados. Os organizadores garantem que o calendário permite que
o dinheiro ainda seja enviado e que não haverá transtornos.

A maior parte da verba do governo federal deverá vir de patrocínios de
estatais. Uma outra parcela será transferida pela União por meio de convênios. A
prefeitura ainda está impedida de repassar a verba em função de uma liminar
expedida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ). O município recorreu da
decisão. Na manhã desta sexta-feira, o prefeito Eduardo Paes disse que será uma
?honra? transferir R$ 150 milhões para a organização da Paralimpíada. O resto do montante viria do governo
federal.

? Boa parte virá de patrocínio e uma parte que seja especificamente ligada a
temas dos atletas paralímpicos pode ser feita na forma de convênio. As regras de
convênio são todas desenhadas para garantir a transparência na utilização dos
recursos. E elas são super rígidas. A gente também precisa estar apto a cumprir
com essas regras de informação, gastos, de que tipo de fornecedor, de
concorrência, para que a gente possa fazer. Não tem um tubo de dinheiro do
governo conectado aqui. Não tem cheque em branco, não tem nada disso. A gente
respeita todas as regras, que são desenhadas para proteger a utilização do
dinheiro público e para garantir a sociedade total transparência ? afirmou Mario
Andrada, diretor de Comunicação do Comitê Rio-2016, em relação à verba da
União.