BRASÍLIA – O presidente mundial da Shell, Ben van Beurden, afirmou que a empresa investirá US$ 10 bilhões no Brasil nos próximos quatro anos, em portfólios atuais da petrolífera, e elogiou o projeto que desobriga a Petrobras a ser operadora única do pré-sal, que nesta quarta-feira foi liberado pela Câmara para ir à sanção do presidente Michel Temer. Executivos da petrolífera e de fundos foram recebidos por Temer no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, ao lado dos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e de Moreira Franco, secretário responsável por concessões e parcerias com a iniciativa privada.
? Escolhemos tornar o Brasil um dos três países com mais investimentos da Shell no mundo ?declarou o presidente da Royal Dutch Shell, ressaltando o ?senso de urgência? na gestão de Temer, que ?entende a importância de investimentos estrangeiros?, segundo o presidente da empresa.
Os US$ 10 bilhões estimados são de projetos atuais da empresa, prioritariamente no pré-sal. A multinacional comprou a concorrente BG em fevereiro deste ano, e cita o campo de Libra como alvo de aportes nos próximos anos. Ben van Beurden não descarta participar de leilões que ainda acontecerão, mas pede “atenção” do governo para a responsabilidade fiscal.
O presidente mundial da empresa comemorou o avanço no projeto que desobriga a Petrobras a ser operadora única do pré-sal, que nesta quarta-feira foi aprovado pelo plenário da Câmara e vai a sanção presidencial. A Câmara vetou mudanças no texto, que já havia recebido o crivo da Casa e do Senado.
? É o passo certo para o governo tomar. Abre espaço para novos players e torna o mercado mais atraente ? disse o executivo da petrolífera.
Perguntado sobre a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, van Beurden afirmou que ainda é “prematuro” comentar a questão, mas ressaltou que tem “grande interesse” em acompanhar como o republicano formulará a política energética estadunidense nos próximos meses.