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Pimpão marca, e Botafogo elimina o Colo Colo no Chile

O Botafogo passou 78 minutos do duelo de Santiago atrás do placar. E durante boa parte deste tempo, ficou claro que dava para conseguir o gol e a classificação. Duvidar deste time é habitual desde 2016. Vê-lo superar desafios, também. Visto como candidato ao rebaixamento no último Brasileiro, o Botafogo ganhou a chance de jogar a Libertadores. Ontem, ao começar perdendo logo aos dois minutos, parecia perto do fim da linha em sua caminhada. Ousando um pouco mais à medida que o tempo passava, Jair Ventura foi colocando o time mais perto do gol, que veio a dez minutos do fim, pelos pés de Rodrigo Pimpão. O 1 a 1 leva o Botafogo adiante na Libertadores, para enfrentar Idenpendiente del Valle ou Olimpia no próximo mata-mata, semana que vem.

O Botafogo se preparou para um jogo, apresentou-se outro. Jair Ventura mandou a campo um time que tentava se aproximar do modelo habitual do Botafogo, forte no combate e buscando soluções rápidas de contragolpe. E contragolpe passou a ser artigo raro por causa do gol contra de Emerson Silva, logo aos dois minutos de jogo. O jogo imaginado na mente do treinador, a esta altura, não existia mais.

Sem Camilo, machucado, teoricamente era até mais fácil ser parecido com o time de 2016. Jair armou um 4-4-2, com Aírton e Rodrigo Lindoso cuidando do centro do campo, à frente da zaga, enquanto Bruno Silva atuava pela direita e João Paulo, pela esquerda. Montillo tinha a companhia de Rodrigo Pimpão no ataque. Com o gol, novos desafios se apresentavam ao Botafogo.

O time conseguiu bloquear a construção de jogadas do Colo Colo e dividiu a posse de bola com o rival. Por vários momentos, fez o jogo acontecer no campo adversário. Mas não é o tipo de jogo mais confortável para o time, acostumado a atuar com espaços abertos à frente, em jogadas de velocidade. E não com posses de bola longas, tomando a iniciativa, propondo o jogo, como se diz atualmente.64792380_Brazil%27s Botafogo players celebrate after scoring against Chile%27s Colo Colo during a Copa L.jpg

Ao ter que propor, não tinha tanta profundidade e velocidade pelos lados. Na direita, Bruno Silva já é figura habitual desde 2016. Mas, na esquerda, João Paulo não era agressivo, fazia o time perder profundidade. Parecia fora de seu habitat natural. No ano passado, por ali atuava Rodrigo Pimpão, ontem deslocado para formar a dupla de ataque com Montillo e buscar o setor direito. Raramente pegou a bola nas condições mais adequadas para arrancar.

O Botafogo não levava sustos, não sofria pressão, não permitia que o Colo Colo fizesse o gol cedo ter o efeito de tornar o ambiente do estádio irrespirável. Mas, do outro lado do campo, só obrigara o goleiro Justo Villar a trabalhar em um chute longo de Montillo ou em cabeçadas que se originaram em jogadas de bola parada. Seria preciso surgir um time mais incisivo no segundo tempo.

Se nunca foi um elenco riquíssimo de opções, o mata-mata da Libertadores acabou expondo, em especial ontem, em Santiago, um banco de reservas econômico em opções. As peças ofensivas eram Guilherme, recém contratado e pouco testado, e o centroavante Roger, claramente visto por Jair Ventura como opção ideal para uma pressão final, com mais presença física na área rival. E o Botafogo voltou para a etapa final sem modificações.

Jair Ventura parecia decidido a não ser suicida, mas soltar o Botafogo aos poucos no segundo tempo. Funcionou justamente como o planejado. O Botafogo mantinha o roteiro do primeiro tempo: controlava o Colo Colo, era pouco ameaçado, mas lhe faltava poder de fogo para ser uma ameaça ao gol rival. Aos 18 minutos, o primeiro passo foi a entrada de Guilherme, um atacante, no lugar de Aírton. A esta altura, João Paulo fora devolvido ao centro do campo e o ataque tinha dois pontas abertos, Pimpão e Guilherme, mas faltava a ocupação da área. Montillo, como um falso centroavante, saíra do jogo. A bola era do Botafogo, os lances de perigo, no entanto, não surigam. Jair decidiu dar a cartada final ao lançar Roger. Em três minutos, fez efeito. Como um centroavante típico, prendeu a bola até Guilherme se aproximar e cruzar para o próprio Roger desviar e obrigar o goleiro a dar rebote e Pimpão fazer o gol salvador.