RIO ? Um pequeno cometa batizado como 45P/Honda-Mrkos-Pajdusakova está se aproximando da Terra, e fará sua maior aproximação com o planeta neste sábado, dia 11. O corpo celeste, com núcleo estimado entre 0,5 e 1,6 quilômetros de diâmetro, passará a ?apenas? 12 milhões de quilômetros, o suficiente para ser visto a olho nu em regiões com pouca poluição luminosa.
De acordo com o Minor Planet Center, esta será a 8ª maior aproximação de um cometa com o planeta desde a década de 1950, quando a tecnologia moderna começou a ser utilizada para estudar os cometas. A distância é equivalente a 31 vezes a distância entre a Terra e a Lua. Em sua passagem anterior, em 2011, o 45P se aproximou ainda mais, de 23 vezes distâncias lunares, sendo a 5ª maior aproximação. O 45P retorna à região central do Sistema Solar a cada 5,25 anos.
Por causa da proximidade, o brilho do cometa nos céus será de intensidade razoável, sendo possível a observação a olho nu, dependendo da poluição luminosa. A recomendação é pelo uso de um binóculo ou um pequeno telescópio. O 45P vai cruzar a constelação de Hércules, mas os brasileiros serão prejudicados pelo Sol.
? Ele só vai surgir no horizonte cerca de uma hora antes do nascer do Sol. Depois disso, a claridade vai impedir a observação. A observação será melhor de outras regiões do planeta, como a Índia ? explicou Jorge Carvano, pesquisador do Observatório Nacional. ? De um lugar muito bom, tendo alguma sorte, dá para ver a olho nu, mas é melhor com um telescópio.
Mas o que chama mais atenção no 45P é a sua coloração. O aquecimento do seu núcleo provocado pela radiação solar provoca a liberação do gás dicarbono (C2), que emite um brilho verde no espaço.
? É um fenômeno não muito comum entre os cometas ? disse Carvano. ? Cada elemento reflete a luz de maneira diferente. Nesse caso, é o verde.
Na noite de sexta-feira para sábado, um outro fenômeno poderá ser observado no céu: um eclipse penumbral da Lua. Diferente dos eclipses umbrais, quando a Lua fica totalmente coberta pela sombra da Terra, o eclipse penumbral acontece quando o satélite passa pela zona de transição entre a luz e a sombra.
? É um eclipse, o alinhamento do Sol, da Terra e da Lua, mas a Lua vai passar pela penumbra, por isso a gente não vai ver a lua escura, como nos eclipses umbrais ? disse Josina Nascimento, também do Observatório Nacional. ? Quem está acostumado, gosta de olhar para a Lua, vai perceber que ela vai brilhar menos que o normal.
A Lua começa a entrar na penumbra da Terra às 20h32 de sexta-feira, pelo horário de Brasília, e o ápice do fenômeno acontece às 22h44. Às 0h55 de sábado o eclipse se encerra.