Cotidiano

Governo do ES retoma negociação com associação de PMs, mas sem as mulheres

VITÓRIA ? Horas depois de a Secretaria de Segurança e o comando-geral da Polícia Militar anunciarem o início das punições aos policiais aquartelados, o governo do Espírito Santo retomou, na tarde desta sexta-feira, as negociações para tentar dar fim à paralisação. Desta vez, a comissão formada por quatro secretários de Estados está reunida apenas com líderes de associações de PMs, e não mais com as mulheres que desde sábado ocupam as entradas dos batalhões. A Associação Nacional de Praças (Anaspra) é uma das entidades reunidas com o governo.

Por quase 11 horas na quinta-fera, os secretários de Fazenda, Casa Civil, Direitos Humanos e Transparência se reuniram com representantes das mulheres e líderes de associações de PMs, mas não houve acordo para dar fim ao movimento. O governo afirmou que não pode dar aumento aos policiais, uma exigência do movimento das mulheres.

A reunião terminou por volta de 1h desta sexta-feira, e o secretário de Direitos Humanos, Julio Pompeu, porta-voz da comissão de negociação, afirmou que o governo esperaria até as 6h para que os policiais voltassem às ruas. Isto não aconteceu, e às 10h a cúpula de Segurança anunciou o indiciamento de 703 policiais pelo crime militar de revolta.

A avaliação do governo é que o diálogo com as mulheres dos PMs se esgotou na reunião de quinta-feira, e a nova tentativa de dar fim à paralisação é apenas com as lideranças de associações, que foram mais propensas a uma conciliação na quinta-feira. Pela manhã, o comandante-geral da PM, Nylton Rodrigues, informou que o movimento é majoritariamente de policiais jovens, com pouco tempo de corporação, em patentes como soldados, cabos, sargentos e subtenentes, chamados de praças.

A crise de Segurança chegou nesta sexta-feira ao sétimo dia, e a região metropolitana de Vitória continua sem ônibus e com escolas e postos de saúde fechados, embora o movimento nas ruas seja um pouco maior do que nos dias anteriores.