Mais jovem dentre os jornalistas da Rede Globo que estavam no avião da Chapecoense, o carioca Guilherme Marques, de 28 anos, era tão querido por seus amigos a ponto de fazê-los vestir a camisa do Botafogo, ontem, independentemente da paixão clubística de cada um. A maioria de seus amigos queria sentir o mesmo que o coração de Guilherme sentia. E, para isso, alguns foram até a loja do clube, ao lado do salão nobre, para comprar a camisa alvinegra.
Dono de sorriso largo e simpatia contagiante, Guilherme teve uma carreira meteórica no jornalismo. Apesar da pouca idade, passou pelas redações do Globoesporte.com, TV Brasil e Rede Globo. Na Olimpíada do Rio, ele acompanhou in loco as medalhas do Brasil no vôlei de praia com o ouro de Alison e Bruno Schmidt e a prata de Ágatha e Bárbara. Apaixonado por carnaval, o jovem repórter também se destacou ao participar da cobertura na Marquês de Sapucaí. Era salgueirense.
Morador do Jardim Botânico, Guilherme costumava fechar o gol de seu time nas peladas no Clube Piraquê, na Lagoa. O que um de seus amigos fez questão de lembrar ao discursar durante o velório, ontem.
Guilherme também recebeu uma homenagem especial dos repórteres esportivos da Rede Globo, ontem. Caçula do grupo, seus colegas mais experientes lembraram o quanto a sua energia e entusiasmo eram essenciais para o exercício da profissão.
Em conversa com um dos chefes de Guilherme, seu pai o agradeceu por ter realizado o sonho do filho de ser repórter esportivo.