SÃO PAULO – Relatório do banco Credit Suisse, que acompanha o crescimento da riqueza no mundo, mostra que a riqueza média do brasileiro adulto, em dólares, caiu em um terço desde 2011, com a desvalorização cambial. Segundo o Credit Suisse, entre 2000 e 2011, a riqueza média por adulto no país saltou de US$ 8 mil para US$ 27 mil. Atualmente, já regrediu para a faixa dos US$ 18 mil.
Segundo o banco suíço, a geração da riqueza em reais continuou subindo, mas os ganhos foram corroídos pela inflação. De acordo com o banco, por essa razão, o brasileiro tem apego a ativos reais, que acabam protegendo da desvalorização cambial.
?Atingido tanto uma crise econômica quanto política, o Brasil claramente enfrenta dificuldades sérias?, diz o texto do banco.
O Relatório Global de Riqueza é feito anualmente pelo Credit Suisse e está em sua sétima edição. Segundo o documento, nos últimos 12 meses, a riqueza global aumentou em US$ 3,5 trilhões para US $ 256 trilhões, um crescimento de 1,4%. Mas, pondera o banco, a criação de riqueza apenas acompanhou o ritmo do crescimento populacional.
Como resultado, em 2016, a renda por adulto, nas regiões pesquisadas, não mudou, pela primeira vez desde 2008, ficando em US$ 52.800. Entre as principais economias, EUA e Japão foram capazes de gerar riqueza adicional, enquanto o Reino Unido registou um declínio significativo de sua riqueza – US$ 1,5 trilhão – como resultado da depreciação cambial e queda no mercado de ações, após a decisão de deixar a União Europeia (Brexit). Com exceção da Ásia Pacífico e da América do Norte, todas as regiões do mundo viram a sua riqueza em dólar cair ao longo do ano que passou.
Desde 2008, a riqueza vem crescendo impulsionada por ativos financeiros. Desta vez, a porcentagem de recursos em ativos reais cresceu mais. Segundo o relatório do Credit Suisse, US$ 4,9 trilhões foram aplicados em ativos reais, no ano passado, frente aos US$ 333 bilhões em ativos financeiros.