CHICAGO – Quando Mary Mitchell se reúne com a família no feriado de Ação de Graças, ela planeja cozinhar com a irmã, ter uma refeição satisfatória e talvez jogar charadas depois. Uma coisa não está na lista: política.
? É um tipo de tempo sagrado para a família estar junta, ser agradecida e aproveitar um feriado ? disse Mitchell na segunda-feira enquanto esperava um voo de Nova Orleans para sua casa em Chicago. ? Não acho que deve ser dado muito poder à política dentro de nossa casa em uma época especial para a família.
Quase 49 milhões de pessoas devem viajar 80 quilômetros ou mais para o feriado, o maior número desde 2007. Muitos querem ter um intervalo do rancor e da divisão da eleição entre o republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton e manter o foco no que os une: família e tradição.
Kevin Baumann, um operador de caldeira de 47 anos de Spokane, Washington, pertence a um sindicato cujos membros votam nos democratas e está acostumado a falar de política em reuniões familiares, onde as coisas podem se aquecer. Mas Baumann disse que não tem planos de abordar o tema na casa de seus pais, um evento anual que ele perdeu nos últimos dois anos por causa do trabalho.
? Vamos evitar este assunto. Temos coisas maiores para falar durante o feriado ? disse Baumann, quando ele parou no centro de Montana com seu filho de 27 anos em seu caminho para casa depois de trabalhar em uma usina de carvão em Iowa.
Algumas pessoas temem um confronto familiar tanto que eles estão optando por ficar em casa, disse Heather McCutcheon, de 48 anos, uma massagista de Chicago e praticante de Reiki, um método de reduzir o estresse através do toque.
? Eles estão antecipando, na melhor das hipóteses, que será desajeitado e desconfortável, na pior das hipóteses, um conflito ? disse McCutcheon.
Ela disse que viu postagens no Facebook de convites de Ação de Graças abertos para aqueles que não querem ir para casa. Outro amigo planeja comemorar com a família, mas estará recebendo os parentes em um quarto de hotel para evitar ver a sua mãe vibrando com a vitória de Trump.
McCutcheon vai passar o Dia de Ação de Graças com os amigos, todos os quais, como ela, apoiaram Hillary Clinton. Mas ela ainda não quer falar de política:
? Não quero passar o Dia de Ação de Graças discutindo. Estou esperando uma moratória na conversa política ? afirmou.
O eleitor de Trump Stephanie Keller, de Picayune, Mississippi, concorda que as pessoas devem se concentrar em reunir-se neste Dia de Ação de Graças para apoiar o presidente eleito.
? Espero que as pessoas se acalmem e percebam que uma decisão foi tomada pela maioria dos Estados Unidos e que podemos simplesmente nos unir e apoiá-lo da maneira que é suposto ? disse Keller, que estava no Aeroporto de Nova Orleães a caminho de Boston para visitar um amigo.
Algumas famílias já estabeleceram regras básicas.
? Minha cunhada é uma grande apoiadora do Trump e um dos acordo é que não vamos mais falar sobre políca. Isso é proibido neste jantar de Ação de Graças ? disse Arlene Anjos de Roselle Park, de Nova Jersey, que votou em Hillary Clinton.