Cotidiano

Mídia castrista ataca Trump e destaca homenagens mundiais a Fidel

portada-580x321.jpgHAVANA – Tradicionalmente coloridos, os banners dos sites estavam em preto e branco, artigos de opinião, mensagens de luto pela partida do comandante da revolução e poucas notícias eram os destaques nos sites dos principais meios de comunicação cubanos no segundo dia de luto pela morte de Fidel Castro. O tom, em sua maioria, era de homenagens e de reação interna e externa às declarações dos líderes mundiais ? até com um ataque ao comunicado de Donald Trump chamando-o de “ditador brutal”. CUBA

Em todos os veículos de mídia cubana oficial, havia pouco foco no desenrolar das notícias locais após a morte de Fidel, o traslado de seus restos mortais e o clima no país.

No site do “Granma”, principal jornal do Partido Comunista, o maior destaque durante o dia era uma matéria em tom de editorial: “A unidade como a melhor homenagem.”

“O povo cubano lamenta a notícia dolorosa da morte do comandante em chefe, e todos têm algo a dizer”, escreve o diário.

No material, entrevista cidadãos, autoridades e pessoas diretamente afetadas pelas políticas de maior orgulho do governo, como desenvolvimento agrário sustentável, saúde e educação. O jornal ainda pediu aos cubanos que compartilhem suas histórias sobre Fidel.

No “Juventud Rebelde”, tributos aos feitos do líder máximo de 1959 a 2006. Num país com acesso ainda esparso à internet, a manchete durante o dia foi uma repercussão “em tempo real” ? com publicações periódicas de reações à morte de Fidel. O foco era nas mudanças de trânsito em função das homenagens.

Já o portal Cubadebate exibia um mosaico com personalidades que celebraram a vida de Fidel. Com artigos de intelectuais e ex-chefes de Estado como Cristina Kirchner (Argentina) e José Mujica (Uruguai). Mas se o tom geral era de lamento, houve espaço ainda para ataque: o site reagiu às duras declarações do futuro presidente americano, que dissera que o legado de Fidel é de “pelotões de fuzilamento, roubo, sofrimento inimaginável, pobreza e negação de direitos humanos fundamentais”.

“Senhor Trump, o senhor não conhece Fidel Castro, não sabe nada da História de Cuba e suas absurdas e agressivas palavras demonstram isso. O senhor se comporta como um fantoche da política mais baixa e ruim, como um homem desatinado, sem sentido, e acaba de predizer que George W. Bush poderia ter sido só um ensaio para o que o mundo sofrerá durante seu mandato”, diz o artigo assinado por Julio Alejandro Gómez Pereda.portada-cbdbt-3-1.png