Cotidiano

Cascavel busca parceria com Itaipu para recuperar histórica “Igreja do Lago” 

Foto: Celso Dias
Foto: Celso Dias

Cascavel – Quem frequenta um dos principais cartões postais de Cascavel, o Lago Municipal, se pergunta como está o processo para a reconstrução da “Igrejinha do Lago” que acabou sendo desmontada em março do ano passado depois que a queda de uma árvore acabou comprometendo ainda mais a estrutura que, há anos, já se mostrava problemática. Atualmente, o local está cercado com um tapume de alumínio, despertando a curiosidade da população sobre a situação.

De acordo com o secretário municipal de Cultura, Walter Parcianello, nesta semana uma reunião realizada com a Itaipu Binacional buscou apoio ao projeto de reedificação da igreja, com o estilo original preservado, já que é um dos primeiros templos religiosos e patrimônio cultural de Cascavel. “Vamos refazer toda uma estrutura nova, com uma estrutura toda reforçada e mais sólida para que ela permaneça por muito tempo naquele local que sempre a abrigou”, disse Parcianello.

O secretário explicou que todos os projetos, tanto o estrutural quanto os complementares, estão prontos e, assim que conseguirem o recurso necessário, que gira em torno de R$ 1,4 milhão, será encaminhada a licitação para a reconstrução da estrutura, mantendo os traços históricos para, na sequência, catalogar como patrimônio histórico da cidade. Segundo Parcianello, o primeiro passo será a limpeza do espaço e a preparação do terreno que vai receber a nova estrutura. A reportagem do O Paraná constatou que no local que abrigava a “Igreja do Lago”, ainda há grande quantidade de entulhos. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social, embora o local esteja sob administração da Cultura, a pasta do Meio Ambiente já está organizando a limpeza preventiva da área.

No entanto mesmo que a verba seja liberada a nova igrejinha não deve ficar pronta ainda este ano. “Assim que liberar o valor já vamos abrir a licitação da mão de obra e seguir as etapas, para concluir o mais rápido possível”, descreveu. Pelo o novo projeto, além da igreja, terá um espaço ao lado com 1.250 metros quadrados para aulas que serão oferecidas nas mais diversas modalidades como de dança, teatro e ainda ações culturais para o setor. Também deve ser instalado neste espaço um mirante e local para ser aberta uma cafeteria ou lanchonete.

Madeira preservada

Em junho do ano passado a reportagem do Jornal O Paraná trouxe detalhes da desmontagem do antigo tempo. À época, a estrutura da igreja foi toda desmontada e as madeiras foram levadas para um espaço no Parque de Exposições Celso Garcia Cid, uma vez que havia o risco de desabamento total. O trabalho de retirada demorou, visto que as peças de madeira foram numeradas, uma a uma, para que possam, na sequência, serem restauradas e remontadas, mantendo o formato original.

O nome oficial do tempo que ficou carinhosamente conhecido como “Igrejinha do Lago” é Igreja Nossa Senhora de Fátima, construída totalmente em madeira, originalmente no distrito de São João do Oeste, sendo que toda comunidade participou da obra que foi finalizada e inaugurada em 1960. Em 1987, ela foi transferida para o Lago Municipal que fica dentro do complexo do Parque Ecológico Paulo Gorski, com o objetivo de preservar a história e seu estilo singular. O transporte e a reconstrução foi um processo minucioso e cuidadoso.

Em 1993 a “Igreja do Lago” foi reinaugurada e desde 2012 é tombada como Patrimônio Histórico de Cascavel, por meio da Lei 5.977. Entre os anos de 2014 a 2017, o templo ficou fechada, sendo posteriormente reaberta. O antigo tempo era um local de referência turística, atraindo olhares atentos, principalmente de fotógrafos da cidade e da região, pelo belo cenário que sempre ofereceu.