Cascavel – O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, esteve em Cascavel ontem (7), cumprindo agenda na 36° edição do Show Rural Coopavel. Após a chegada ao parque e um compromisso no Banco do Brasil, Fávaro concedeu uma coletiva de imprensa. Durante a entrevista, o ministro anunciou a suspensão de importação de tilápia do Vietnã para o Brasil. A questão preocupava agricultores brasileiros, principalmente os paranaenses, já que o estado é o maior produtor do tipo de pescado.
Em 2023, primeiro ano do novo Governo Lula, uma cooperativa importou um volume de 25 toneladas de tilápia do Vietnã a preços menores do que a produção brasileira. A questão preocupou, em especial, por conta das questões sanitárias. No entanto, segundo Fávaro, o ministério determinou imediatamente a suspensão de importação de tilápia do Vietnã e a revisão de todos os protocolos sanitários.
“Determinei ontem (terça-feira, 6) que seja suspensa toda e qualquer importação de tilápia do Vietnã para que os protocolos sejam todos revisados. Não podemos precarizar a sanidade do nosso produto. É isso que garante as aberturas de mercado e é esse o nível da régua que nós vamos manter a qualidade dos produtos brasileiros. Vamos conversar com o Vietnã, não queremos um contencioso, não queremos uma disputa em mercados fechados, mas em hipótese alguma precarizaremos a questão sanitária. Então o produtor que produz tilápia pode ficar tranquilo que esse risco não acontece em nossa gestão no Ministério da Agricultura”, afirmou.
Gripe Aviária
O ministro também deu detalhes sobre a portaria publicada pelo Ministério da Agricultura em dezembro, que flexibiliza a retomada de exposições, torneios e feiras envolvendo aves, a partir de 2 de janeiro de 2024, desde que sejam implementadas medidas de prevenção e controle sanitário para conter a propagação da gripe aviária. As atividades estavam suspensas desde março devido ao risco de entrada e disseminação da doença, tendo o Brasil registrado o primeiro caso em ave silvestre em maio, com um total de 151 casos confirmados desde então, nenhum relacionado à criação comercial.
Segundo Fávaro, a portaria que autorizou a retomada foi publicada com base em estudos técnicos do Ministério. Além disso, todos os protocolos deverão ser seguidos com o máximo rigor. “Em hipótese alguma o Brasil precariza o sistema sanitário, é o que nós temos e o que agrega mais valor. Eu, particularmente, sem ouvir a parte técnica do Ministério da Agricultura, era contra a abertura de eventos para aves de pequeno porte. Mas, ouvindo a parte técnica e é aí que manda, é a ciência que tem que ser estabelecida, quando se faz com rigor técnico e se tem capacidade para isso, pequenos eventos é uma atividade econômica rentável também, é possível manter aberta e dessa forma vai continuar, com todos os critérios exigidos.”
No Paraná, Adapar editou portaria que mantém proibição preventiva
Em janeiro deste ano, a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) publicou uma portaria reafirmando a proibição da presença de quaisquer espécies de aves em eventos agropecuários, feiras, exposições, agremiações de criadores e atividades afins no Estado do Paraná, como medida preventiva à gripe aviária. De acordo com o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, disse que a Secretaria ainda não tomou nenhuma decisão a respeito do assunto e que continua ouvindo os setores responsáveis para chegar o mais breve possível em um consenso, já que o setor é um dos mais importante para a economia do Estado.
“Quando o ministro da Agricultura lá em dezembro baixou a portaria dizendo que os estados tinham a liberdade de, dentro de condições de biosseguridade, favorecer a realização de pequenas feiras, pequenos eventos, nós não concordamos, nós nos rebelamos na verdade, mas houve uma conversa muito profunda tecnicamente falando com esse setor bem organizado no Brasil”, relembrou o secretário. Segundo ele, ‘”o Estado de Paraná não modificou nada, pelo contrário, o Estado renovou a situação de emergência sanitária. O que tem de concreto objetivo na mesa é o pleito do setor para que em condições absolutamente seguras quanto à questão do biosseguridade, acompanhamento veterinário, procedimentos corretos, que a gente, pouco a pouco, analise a hipótese de liberar, eventualmente, pequenos eventos, muito pequenos, locais seguros, locais adequados, não jamais liberando para feiras comuns, feiras tipo assim, exposições agropecuárias, etc. Então a nossa medida não está tomada ainda e está em exame técnico, com muito pé no chão”.