Cascavel – A Secretaria de Saúde de Cascavel confirmou ontem (25) os primeiros três casos de febre Chikungunya na cidade. Eles foram detectados em em bairros distantes um do outro, no Morumbi, Alto Alegre e Esmeralda. Dois casos são autóctones, ou seja, contraídos dentro do próprio município. Além disso, existem ainda mais três casos em investigação.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Miroslau Bailak, as três pessoas que foram identificadas com a febre Chikungunya estão bem e tiveram uma boa evolução de saúde. Além disso, existe uma preocupação que está aumentando junto com a quantidade de casos, que é a dengue, transmitida pelo o mesmo mosquito, o Aedes aegypti. Foram confirmados mais 20 casos da doença em apenas uma semana, passando de 63 para 43 casos confirmados na cidade.
“A nossa rede de saúde tem acompanhado isso muito bem, então não tem problema, mas nós não queremos mais casos, porque podemos ter inclusive óbito causado pela dengue e o risco da dengue hemorrágica”, alerta Bailak. Segundo ele, é importante que as pessoas saibam e lembrem que a dengue é uma doença grave e que pode ser evitada com uma limpeza semanal nos locais que acumulam água. “Vamos cuidar e passar mais um ano agora sem muitos casos de dengue”, esclareceu Bailak.
Além dos casos confirmados, aumentou a quantidade de casos em investigação. Na semana passada eram 572 e nesta semana subiu para
845, preocupando ainda mais as autoridades de saúde, já que um percentual desses casos pode ter o resultado positivo. Conforme o boletim, os bairros Periolo, Canadá e Cascavel Velho são os que mais concentram casos de dengue.
Bailak disse ainda que a mudança do clima, com dias quentes e chuvosos, é propícia para a proliferação do mosquito transmissor. Os moradores precisam redobrar os cuidados nessa época e que quase metade dos focos do mosquito foi encontrada dentro da residência, por isso, é importante vistoriar o bebedouro dos animais, pratos de vasos de plantas e pequenos objetos que acumulam água dentro do quintal das casas.
Vale lembrar que no começo de janeiro o resultado do 1º Liraa (Levantamento de Índice Rápido e Amostral de Aedes aegypti) do ano apontou 2,5% de índice de infestação na cidade, risco médio para a doença, bem acima do 1% preconizado pelo Ministério da Saúde. Em algumas localidades o índice chegou a 6,2% na região dos bairros Esmeralda, Siena, Santos Dumont, Aeroporto, entre outros e a 4,4% nos bairros da Região Oeste da cidade como Palmeiras, Alto Alegre, Santo Onofre, Santa Cruz, Paulo Godoy e Angra dos Reis.
Vacinas já estão a caminho
Trinta municípios do Paraná vão receber o primeiro lote da vacina contra a dengue enviado pelo Ministério da Saúde. Serão 21 municípios da 17ª Regional de Saúde de Londrina e nove da 9ª RS de Foz do Iguaçu. Além de Foz do Iguaçu, irão receber doses os municípios de Medianeira, São Miguel do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Missal, Itaipulândia, Matelândia, Serranópolis do Iguaçu e Ramilândia. O Paraná soma três óbitos e 16.693 casos confirmados da doença.
Em Foz do Iguaçu, os casos também estão aumentando e preocupando. No boletim divulgado ontem (25) foram confirmados mais 63 casos da doença, passando de 158 para 221 confirmações de dengue. A Prefeitura de Foz está fazendo mutirões e uma ampla fiscalização para conter a proliferação do mosquito transmissor da doença. Proprietários de terrenos sujos ou com focos do Aedes aegypti serão autuados imediatamente, ou seja, sem a notificação prévia, com valores de multa que variam de R$ 3,3 mil a R$ 11,1 mil.
Prioridades
As regiões priorizadas são aquelas com mais de 100 mil habitantes, alta transmissão da dengue e com predominância do sorotipo DENV-2. Inicialmente o público-alvo determinado é de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença, depois dos idosos, que ainda não têm indicação de vacinação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sendo em torno de 86.836 pessoas no Paraná.
“A vacina é muito bem-vinda e vai ajudar na redução do número de casos confirmados e mortes pela doença”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. A vacinação deve iniciar no mês de fevereiro, conforme previsão do Ministério da Saúde. A Sesa aguarda informações técnicas sobre o quantitativo de doses e a data de entrega para distribuição aos municípios. O esquema é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Composto por quatro sorotipos distintos, o imunizante utiliza a tecnologia de vírus atenuado, em que a vacina traz o vírus da dengue modificado de forma a infectar, mas não causar a doença. Por ser feita com vírus enfraquecido, a vacina é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas com algum tipo de imunodeficiência ou sob algum tratamento imunossupressor. Por esse motivo, a Anvisa ainda não aprovou a aplicação em idosos, que poderiam desenvolver a doença por terem imunidade mais baixa.