RIO – Os desembolsos do BNDES, o equivalente aos empréstimos concedidos pelo banco, encolheram em 35% em 2016, para R$ 88,3 bilhões, na comparação com o ano anterior. É o valor mais baixo desde 2007, quando ficou em R$ 64,89 bilhões. As consultas de empresas a empréstimos recuaram em 11%, para R$ 110,39 bilhões, informou o banco na tarde desta terça-feira.
O recuo, explicou Fabio Giambiagi, superintendente da Área de Planejamento e Pesquisa do banco de fomento, é consequência da economia do país.
? O BNDES é uma instituição que apoia o crédito. Não é uma ilha, é parte de um contexto caracterizado por dois ou três anos muitos ruins e em que o banco não poderia ficar alheio como instrumento de financiamento, mantendo sua atuação ? explicou ele.
Em 2015, o BNDES já registrara uma queda de 28% nos desembolsos, que ficaram em R$ 135,94 bilhões.
Giambiagia aponta que os anos de altas taxas de juros e, por consequência, elevando endividamento das famílias, resultando em freio no consumo, afetaram o desempenho da economia e também da concessão de crédito pelo banco a empresas para investimento.
? As taxas de juros estão caindo, o que, em paralelo ao controle da inflação, configura um elemento de estímulo e de revisão positiva das expectativas para este ano. É um movimento que se prevê sustentável e que aponta perspectiva de retomada da economia a partir deste primeiro trimestre de 2017 ? argumenta Giambiagi.