O trabalho de desassoreamento do Lago Municipal de Cascavel que estava previsto para terminar no começo deste mês de agosto vai demorar pelo menos mais 60 dias para ser concluído, segundo atualização repassada ao Jornal O Paraná pela assessoria de imprensa da Sanepar. As obras de “limpeza” chegaram a 80% e, mesmo com a prorrogação, a dragagem – que é a retirada dos sedimentos do Lago – devem ser encerrada junto com conjunto da obra que vai até o fim deste ano.
Segundo a Sanepar, os fatores que mais contribuíram com o “atraso” dos trabalhos, foram a quantidade de lixo encontrada, as chuvas e os dias frios que inviabilizavam que os funcionários da empresa contratada entrassem no lago para fazer a limpeza manual que é necessária. Até agora foram retiradas 48 caçambas de lixo, um total de 240 metros cúbicos de sujeira. Somente nos últimos 30 dias foram 26 caçambas, totalizando 130 metros cúbicos, lixo que estava concentrado principalmente próximo à ponte do Lago, na entrada pela Rua Jacarezinho.
Desde o fim de junho, para conseguir trabalhar nessa região, o nível da água foi baixado no vertedouro e o recuo da água acabou expondo uma grande quantidade de lixo que está sendo retirada manualmente. O lixo tem um “pouco de tudo” e até grandes pneus que chamam a atenção de quem passa pelo o local, além de restos de árvores, roupas, plásticos e garrafas pet.
Da previsão de retirada 21,5 mil metros cúbicos de sedimentos, já foram captados mais de 17 mil. De total, cerca de 60% é formado por restos de pedra e areia e 40% é uma espécie de argila que ficou acondicionada há anos na principal “caixa d’água” da cidade.
Dois motores estão fazendo a dragagem trabalhando em potência máxima de sucção, que atinge cerca de 100 metros cúbicos por hora, que fazem o bombeamento da sujeira que é levada por um verdadeiro duto, com 350 tubos de 12 metros cada. Os sedimentos que são retirados estão sendo levados pela a tubulação até um terreno que fica no Bairro Cascavel Velho, atrás da Escola Municipal Atílio Destro, há 3,5 mil metros de distância. A área suporta receber até 23 mil metros cúbicos, um pouco mais do que previsto no projeto.
A área, apões os trabalhos serem finalizados, receberá preenchimento e será feita a revitalização com grama. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente disse que a ideia é fazer um parque para a população, deixando o espaço como uma área recuperada.
Obras complementares
Paralelo à limpeza da água, continua o trabalho de colocação das pedras que são conhecidas como ‘rip rap’, que visam conter a ação da água nos dias de vento forte, que fazem com que terra da margem, acabe despencando para dentro do lago. Na sequência dos trabalhos, serão feitas ainda as caixas de contenção para evitar que ocorra novamente o assoreamento do lago. Conhecidas também como “gabião”, esta caixas vão acondicionar a sujeira das ruas que fazem parte da bacia e que, com as chuvas, acabam sendo levadas pelas galerias da região até o lago.
Previsto ainda no projeto serão instalados taludes, será feita a recomposição de pavimentos, plantio de mudas e grama e resgate da fauna serão feitas gradativamente ao longo da execução do desassoreamento. O lago de Cascavel é um dos maiores reservatórios urbanos do Brasil, com uma lâmina d’água equivalente a 39 hectares de área e em níveis normais possui 4 bilhões de litros de água vindos das nascentes do Rio Cascavel.
O serviço está sendo feito pela Construtora Hamirisi, pelo valor de R$ 3.870 milhões.
Foto: Sanepar