A atuação conjunta para o resgate de animais marinhos nas praias do Paraná foi o tema de um encontro realizado nesta quarta-feira (1°), em Matinhos. Com os objetivos de alinhar e orientar este trabalho, o evento reuniu funcionários do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental e de municípios do Litoral do Estado.
A reunião aconteceu no Parque Estadual Rio da Onça e contou com uma palestra da bióloga Camila Domit, do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que coordena o Programa de Monitoramento de Praias pela entidade no Estado.
“A ideia de fazer um bom atendimento dos animais encontrados encalhados é trabalhar com a questão de saúde pública deles para que sejam reabilitados e possam voltar para o ambiente natural”, explica a bióloga Fernanda Goss Braga, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
O monitoramento é feito todos os dias nas praias costeiras e uma vez por semana nas ilhas. Segundo as informações repassadas pela bióloga do Centro de Estudos do Mar (CEM), desde 2015, quando começou o projeto de monitoramento, foram encontrados mais de 3 mil animais encalhados, vivos e mortos, no Litoral do Estado.
“O número de animais encontrados nas praias nos deixa um alerta de que nós temos que dar continuidade a esse monitoramento e avaliar melhor o que acontece com a fauna do Litoral, principalmente porque várias espécies são sentinelas da qualidade do nosso ecossistema, e usarmos essas espécies para nos orientar melhor com relação ao manejo do que está causando essa degradação”, conta Camila.
DE OLHO NAS PRAIAS – O Centro de Estudos do Mar monitora os animais marinhos e a qualidade ambiental do Litoral do Paraná através do Projeto de Monitoramento de Praias. A instituição faz parte da Rede de Encalhe e Informação de Mamíferos Aquáticos do Sul do Brasil (Remasul) e da Rede Brasileira (Remab), ambas coordenadas pelo Ibama e ICMBio, e segue os mesmos procedimentos dos demais projetos de monitoramento de fauna marinha executados internacionalmente e na orla brasileira.
Também participam da Remasul o Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos do ICMBio; o Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul do ICMBio; o Museu Oceanógrafo do Vale do Itajaí; o Centro de Ciências Tecnologia da Terra e do Mar da Universidade do Vale do Itajaí; o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental; o Coalizão Internacional da Vida Silvestre; a Comissão Internacional de Baleias IWC/Brasil; o Museu Oceanógrafo de Rio Grande; o Laboratório de Mamíferos Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande; o Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul; e o Laboratório de Mamíferos Aquáticos da Universidade Federal de Santa Catarina.