
“O número de pastas foi reduzido de 39 para 26, criando assim condições para a diminuição das despesas, sem comprometer a eficiência na prestação dos serviços públicos”, diz o governo na mensagem, que tem 284 páginas. Poucas horas depois, o presidente Michel Temer anunciou, por meio do porta-voz, que havia aumentado dois ministérios, passando de 26 a 28.
Dilma chegou a ter 39 ministérios, o número mais alto desde a redemocratização, em 1985. Entretanto, em outubro de 2015, o montante passou para 32, quando Dilma Rousseff anunciou uma reforma ministerial e administrativa, visando a cortar cargos no governo, além de tentar diminuir salários do alto escalão do governo federal.
O texto do governo Temer lido nesta quinta-feira na abertura do ano legislativo, na parte de “modernização do Estado”, considera que o ministério passou de 39 para 26. Na verdade, o número herdado de Dilma por Temer era de 32.
Quando tomou posse, Temer havia encolhido as pastas de 32 para 25. Depois de protestos da classe artística, o presidente recuou, recriando o Ministério da Cultura, que ele próprio anexara ao Ministério da Educação. Com o Ministério dos Direitos Humanos e a Secretaria Geral ? com status de ministério ?, ficam 28 pastas.
Além de contrariar o discurso de enxugamento da máquina pública do governo, a Secretaria Geral dá foro privilegiado a Moreira Franco, que até então era secretário-executivo do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). Isso faz com que ele só possa ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).