RIO – O pai do homem que foi baleado por um guarda nesta sexta-feira ao tentar entrar com uma machete no Museu do Louvre, em Paris, disse nesse sábado que seu filho não era islamista e que os franceses só o acusaram de ser terrorista para desculpar a brutalidade usada para detê-lo.
O egípcio Abdullah Reda al-Hamamy foi baleado várias vezes depois de atacar soldados do lado de fora do museu gritando ?Allahu Akbar?, um gesto definido pelo presidente da França, François Hollande, como ?terrorista?. Inicialmente foi divulgado que Al-Hamamy estaria correndo risco de vida, mas os médicos do hospital onde está sendo tratado já não consideram que esteja em perigo, infomou a promotoria de Paris neste sábado.
Latas de spray para grafite foram encontradas em sua mochila, mas nenhuma era explosiva. Do Egito, o pai de al-Hamamy, Reda Al Refaai, disse que soube sobre sobre o caso pelo Facebook e ainda não tem mais informações sobre o estado do filho.
? Ele está vivo? Ele morreu? Foi mesmo ele? ? perguntou a Reuters. ? Para eles dizerem, no fim das contas, que ele é um terrorista é um absurdo … Isso é um encobrimento para que eles não tenham que pedir desculpas ou justificar os atos deste soldado, que usou a força bruta com um pobre jovem de 29 anos.
Segundo Reda Al Refaai, é incompreensível que alguém fosse tentar cometer um ato terrorista apenas com uma faca.
? Se você me disser que ele tinha uma arma, um rifle, então sim, eu acreditaria em você, mas eu não sei … Tudo o que queremos é a verdade ? completou ele.
Al Refaai disse que o filho trabalhou em Sharja, nos Emirados Árabes Unidos, e esteve em uma viagem de negócios a Paris por uma semana. Autoridades francesas dizem que al-Hamamy chegou à França no dia 26 de janeiro, depois de obter um visto de turista em Dubai.
Segundo investigadores do caso, Abdullah Reda teria tuitado sobre a ação no Louvre minutos antes, mencionando o Estado Islâmico, ?os irmãos na Síria? e ?os combatentes de todo o mundo?.