“Quem perdoa um companheiro – por exemplo, devido a um deslize – diminui-o com isso. Assim, aquele que é perdoado talvez tenha de abandonar o companheiro para manter a sua dignidade. O chamado perdão tem efeito negativo” (Bert Hellinger)
Perdoar a alguém uma falta cometida é sempre a atitude correta a ser tomada?
À primeira vista isso parece uma atitude generosa. No entanto, esta avaliação muda quando olhamos para esta questão mais profundamente. Em primeiro lugar, o que eu faço quando peço perdão a alguém? No fundo, eu transfiro para a pessoa do outro a responsabilidade por aquilo que eu fiz.
Quando peço perdão no fundo eu digo ao outro: “Agora é contigo; veja aí o que vai fazer com isso”. É como se eu me desfizesse do problema. O outro, que não tem nada a ver com isso, agora precisa agir, precisa decidir se ele perdoa ou não, ao passo que eu, que cometi a falta, fico passivo.
Em um relacionamento de casal quais consequências isso provoca?? O perdão produz um desequilíbrio na relação: aquele que perdoa fica superior e quem é perdoado fica inferior.
A pessoa que recebe o perdão sem precisar mudar nada recebe um presente tão grande que não tem como compensar. Por causa da dívida que contraiu com a pessoa que o perdoou, ele perde sua dignidade.
Muitas vezes acontece em situações assim de a pessoa perdoada abandonar a relação. Ela não suporta o tamanho da dívida para com a pessoa que o perdoou e, para manter sua dignidade, abandona a relação.
Então, se o perdão provoca esse efeito negativo, qual seria a atitude correta a ser tomada? Em vez de a pessoa faltosa pedir perdão pelo erro cometido seria melhor se ela dissesse: “Fui injusto com você. Eu arco com as consequências. Sinto muito pela dor que lhe causei. O que posso fazer para compensar você?”.
Com esta atitude a pessoa que cometeu a falta precisa fazer algo, precisa agir para compensar a pessoa que ela ofendeu com seu erro. Dessa maneira, ela mantém a sua dignidade e mostra respeito para com a pessoa ofendida.
Quando se trata de um caso em que ambos os parceiros agiram mal um em relação ao outro é possível mais outro caminho. O casal pode dizer um ao outro: “Nós nos perdoamos mutuamente”. Neste caso nenhum dos dois se coloca em uma posição superior. Nas duas alternativas o casal se permite um novo começo. Isso implica que o casal não volta mais sobre aquilo que passou. O mal cometido um ao outro precisa ficar no passado. A reconciliação é um novo começo. Isso tem valor.
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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar
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