Brasília – O novo projeto de concessão das rodovias do Paraná poderá ganhar novos contornos nos próximos dias e passar por mudanças ou até mesmo, ganhar nova modelagem, é o que garante o Coordenador da Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Arilson Chiorato.
No decorrer dessa semana, membros da Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Alep, juntamente com os coordenadores do estudo técnico sobre o pedágio do ITTI-UFPR (Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura, da Universidade Federal do Paraná) se reuniram em Brasília com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para discutir a modelagem do novo plano de concessão do Paraná.
Após o encontro, o deputado Arilson Chiorato, garantiu que o modelo atual de pedágio passará por mudanças e não descarta, inclusive, uma nova modelagem. “A reunião foi muito produtiva, por mais de duas horas, discutimos o pedágio do Paraná. Mais uma vez, argumentos técnicos embasaram a reunião e a luta por mudanças na modelagem do pedágio ou até por um novo modelo econômico avança”.
Segundo o parlamentar, o coordenador do estudo sobre o pedágio proposto ao Paraná, Roberto Gregório da Silva, apresentou contraponto técnico, como os passivos de obras e indícios de duplicidade. “Por exemplo, apenas 51% das obras listadas no contrato original foram cumpridas. Permitir que o modelo atual siga em frente, como está proposto, significa dar continuidade a um modelo injusto, caro e ineficiente”.
Nova modelagem
Segundo Arilson, os membros do ITTI apresentaram a proposta de uma nova modelagem. “Essa proposta inicial tira o aporte, que é um inibidor de descontos, e apresentou a caução com título da dívida pública para diminuir a tarifa. O ministro ouviu, entendeu a proposta e abriu continuidade para negociação, inclusive, uma nova reunião técnica já está marcada”.
O novo encontro deverá ocorrer nesta segunda-feira (13) e deve contar com a presença dos técnicos do ITTI, técnicos da Alep e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Ratinho Junior quer que modelagem
ofereça infraestrutura e preço justo
Durante a participação na 35ª edição do Show Rural Coopavel, o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), também falou sobre o plano de concessão das rodovias do Paraná. Segundo Ratinho, o objetivo principal do Paraná é ter um pedágio que possa oferecer infraestrutura para as estradas do estado e com preço justo. Contudo, ele admite que um pedágio com a tarifa de R$ 4,00 ou menos, não seria possível para esse modelo. “A tendência é que tenha um preço menor, mas um preço justo. Não adianta a gente mentir para a população que iremos fazer pedágio de R$ 3 ou R$ 4, isso é mentira. Nós não podemos ficar mentindo para a população, já fomos enganados há 20 anos.”
Ratinho ainda deu como exemplo o estado de Santa Catarina que, segundo ele, está sofrendo com a infraestrutura das estradas por conta de um pedágio com a tarifa baixa e sem obras. “Santa Catarina está sofrendo. Fizeram um pedágio de R$ 5 lá e não tem obra, está colapsado o porto de Itajaí. Nós não podemos deixar isso acontecer com o Paraná, até porque uma logística eficiente barateia e faz com que a gente atraia novos investimentos. Então nós temos que ter o que? Um preço justo. Ou seja, compatível com a possibilidade do frete, do dia a dia das pessoas e também com obras. Ter pedágio para cortar mato e também para pintar rodovia nós não queremos, isso o Estado faz; queremos duplicação de Foz do Iguaçu a Curitiba, o estado precisa de infraestrutura, então é isso que tem que ser pensado.”
Boa vontade
O governador também já se encontrou com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para debater o assunto. Segundo ele, pode haver alguma alteração ou outra no projeto, porém, a modelagem deverá ser aquela formulada durante o governo Jair Bolsonaro. “Agora, eu tenho também que fazer o reconhecimento que está tendo uma boa vontade do governo Federal, estive com ministro Renan Filho algumas vezes, então a modelagem que o Paraná quer eu acho que vai avançar. Pode ter um detalhe ou outro, uma obra que precisa colocar, mas isso é tudo penduricalho no projeto. Eu acredito que a gente vai dar uma boa resposta para a população do Paraná, com preço justo, obra e na Bolsa de Valores para não ter empresa picareta.”