Cotidiano

Trincheira do bairro Cascavel Velho começa a sair do papel

Trincheira do bairro Cascavel Velho começa a sair do papel

Cascavel – “Com certeza esse é o principal gargalo para a mobilidade urbana da cidade”, disse o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Ricardo Salgueiro, sobre o problema da falta de uma trincheira de acesso ao Bairro Cascavel Velho, no perímetro urbano da BR-277. A obra, que é reivindicada desde 2010 pelos moradores do bairro, está dando seu primeiro passo. Por anos, foi motivo de reportagens e de abaixo assinado dos moradores.

Segundo Salgueiro, o problema é que nesse ponto existe um fluxo intenso de pedestres que precisam atravessar a rodovia e não tendo um local seguro, fazem na rodovia mesmo, já que o local mais próximo seria o Viaduto Olindo Periolo, que fica a um quilômetro e meio do local, um tanto longe para quem está a pé, por isso, as pessoas acabam atravessando ali mesmo o que é um perigo para os pedestres.

A licitação para contratar uma empresa que irá elaborar estudos e projetos executivos da trincheira foi assinada ontem (31) durante a apresentação das ações na Escola de Governo do IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel) e ocorre no dia 16 de fevereiro. A empresa terá quatro meses para apresentar três estudos com alternativas para que o Município de Cascavel escolha um projeto executivo. O valor da licitação é de no máximo R$ 400 mil.

Segundo o presidente do IPC, Tales Riedi Guilherme, para tentar viabilizar recursos para esta obra o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, viajou ontem mesmo para Brasília, junto com o secretário de Serviços e Obras Públicas, Sandro Rocha Rancy. “A demanda da população da Região Sul é antiga e a obra não seria de competência do Município, mas assumimos a responsabilidade de buscar alternativas para resolver o problema”, explicou Tales.

Juntamente com isso, outro pedido do prefeito junto aos órgãos competentes é relacionado à disposição do Governo Municipal em municipalizar o trecho do perímetro urbano da BR-277, um pouco mais de 10 quilômetros, entre o Trevo Cataratas e o Trevo do Bairro Guarujá. O trecho tem um fluxo bastante intenso e é palco de muitos acidentes de trânsito. Um ofício foi encaminhado pelo prefeito ao Ministro dos Transportes, Renan Filho.

Como justificativa, o prefeito aponta os problemas de mobilidade, que foram agravados nos últimos anos pelo crescimento populacional e caso pedido seja aceito, a intenção é de reforçar a iluminação no trecho, fazer a trincheira do bairro Cascavel Velho e aumentar o Trevo do Bairro 14 de Novembro, que é também o entroncamento de acesso ao Aeroporto Regional de Cascavel. As mudanças estão previstas no Plano de Ação Imediata do Trânsito e no Plano de Mobilidade Urbana da cidade.

Luta antiga

O líder comunitário do Bairro Cascavel Velho, Valdir Celeste Teixeira, disse que a ligação da Rua Valdemar Casagrande com a Rua Monique é uma luta bastante antiga da comunidade, que já se mobilizou e reuniu cerca de 5 mil assinaturas dos moradores, mas que a obra atende diretamente a cerca de 30 mil moradores do bairro. “É importante para atender o desenvolvimento e o crescimento da nossa região”, falou.

Valdir lembrou que antigamente os moradores utilizavam o viaduto do Trevo Carelli para acessar ao bairro e há cerca de um ano e meio passaram a usar também o do Olindo Periolo, assim que as obras foram finalizadas que são os dois principais acessos, mas que ficaria muito melhor esse acesso ao bairro que é um gargalo bastante grande. “Com certeza é o primeiro passo e continuaremos acompanhando o projeto e a obra até que ela esteja disponível”, disse o morador.

Outras ações

Ainda durante a escola de governo, foram apresentados detalhes dos processos em andamento no IPC. O número de alvarás de construção expedidos no ano passado chegou a 1.731 e de regularizações de imóveis fechou em 544. Também foram expedidos 1.503 documentos de Habite-se, que atesta que o imóvel foi construído de acordo com as normas estabelecidas.

Tales Riedi lembrou ainda que no ano passado, o IPC coordenou a audiência pública da revisão do Plano Diretor e destacou que para ter um bom planejamento, além dos dados e pesquisas, é precisou ouvir a população que saber das necessidades de cada região da cidade. “O que a gente tem que fazer enquanto poder público é apresentar as melhores soluções que atendam às necessidades da população”, destacou.