Esportes

CPB acredita no sucesso de público e da delegação brasileira na Paralimpíada

Com uma meta ousada de terminar em quinto lugar no quadro de medalhas, o Comitê Paralímpico Brasileiro acredita num sucesso duplo: de pódios e público. A expectativa é de mais de dois milhões de ingressos vendidos até o fim do evento, que começa hoje, com a cerimônia de abertura no Maracanã. Até o momento, foram cerca de 1,5 milhão de bilhetes comercializados. Destes, um número significativo foi para as competições do primeiro fim de semana, no Parque Olímpico, na Barra, que ultrapassou a venda da Olimpíada.

Paralimpíada esportes em 6 de setembro

? A cerimônia de abertura será muito importante, como foi na Olimpíada. Ela deu confiança ao público e aumentou a vontade de estar no evento. Tanto que houve um aumento de público na segunda semana se comparado com a primeira. Um dado importante é que já foram vendidos mais ingressos do primeiro final de semana dos Jogos Paralímpicos do que nos Olímpicos ? destaca Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Encabeçado pelo nadador André Dias, o Brasil irá com a maior delegação da história paralímpica, que vai participar de todas as modalidades, com 286 atletas, e o maior investimento de todos os tempos ? foram cerca de R$ 350 milhões desde 2009, metade dos R$ 700 milhões do COB para o time olímpico. Por isso, a confiança de atingir o objetivo traçado lá atrás. Assim que o Rio ganhou o direito de sediar a Paralimpíada, em 2009, a meta do quinto lugar foi colocada sobre a mesa. Porém, ele ressalta que isso não é uma promessa. Outra posição no quadro de medalhas não poderá ser considerado como fracasso de antemão.

? Não fizemos projeção do que consideramos fracasso. O quinto lugar é o nosso alvo, uma forma de mensurar se conseguimos entregar os resultados que propusemos. Ainda não temos uma conta do que seria fracasso, do que seria bom ou seria ótimo, mas estamos firmes em buscar o quinto lugar ? afirmou Parsons, que só fará essa avaliação após o dia 18. ? Se ficarmos em sexto, não me parece um fracasso; se , ficarmos no mesmo sétimo lugar, temos que avaliar se tivemos mais medalhas, mais resultados. Terá que ser feita uma avaliação em cima da performance para sabermos se foi um fracasso ou um sucesso ou se mantivemos o mesmo lugar de Londres.

MINISTÉRIO GARANTE PARCERIA

Parsons evita quantificar as medalhas necessárias para chegar ao quinto lugar ? o método de classificação usado pelo CPB é do total de ouros. Ele argumenta que houve mudanças no quadro geral no último ciclo e que a proibição da participação da Rússia embolou a disputa em algumas modalidades.

? Há uma diferença grande de quando se propôs ficar em sétimo em Londres (em Pequim-2008, o Brasil ficou em nono). A Austrália, por exemplo, ficou em quinto em 2008 com 23 medalhas de ouro; em Londres, conquistou 33 ouros e também ficou em quinto. Por isso, não fazemos projeções de medalhas de ouro nem total. Se projetássemos 25 ouros logo após Pequim, ficaríamos com o quinto lugar. Agora, não, nos dariam o mesmo sétimo lugar. O que temos feito é acompanhar o ranking em todas as modalidades. E a saída da Rússia vai dar uma embaralhada, pois muitas medalhas russas vão para os nossos adversários ? explicou Parsons, que reconhece como principais concorrentes a Austrália, os Estados Unidos e a Alemanha.

O voo alto pretendido pelo CPB não pretende ser apenas um solo no Rio. O dirigente prevê crescimento contínuo, com resultados tão bons ou até melhores em Tóquio-2020.

? O quinto lugar é factível agora, e voos mais altos podem ser factíveis em 2020, pois vamos ter mais investimentos e o centro de treinamento paralímpico brasileiro ? acredita Parsons, referindo-se ao equipamento construído em parceria com a união e o governo do Estado de São Paulo, que reúne 15 modalidades paralímpicas na capital paulista.

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, garantiu que a parceira da pasta com o comitê vai continuar. Porém, admite que o orçamento da pasta pode ter redução caso a crise econômica se mantenha no ano que vem.

? O ministério e o governo brasileiro vão investir cada vez mais no esporte paralímpico, que vem numa espiral crescente. Por lei, o CPB assegura 1% da receita bruta das loteiras, é uma fonte perene de receita que financia o desenvolvimento do esporte paralímpico. Reativaremos e ampliaremos dentro do possível e do nosso orçamento essa política de parceria com o comitê ? declarou o ministro.