Cascavel – A sensação de que o fim de ano está chegando, de que é preciso cumprir os compromissos e ainda a correria do dia a dia para finalizar todas tarefas, deve ser motivo de alerta e de um cuidado a mais no trânsito em Cascavel. A reportagem do Jornal O Paraná trouxe uma constatação bastante preocupante na edição do último dia 13, sobre o aumento de óbitos no trânsito da cidade, 55% em apenas um mês comparado aos dez primeiros meses do ano e, ontem, quarta-feira (21), mais duas mortes aconteceram em acidentes em menos de cinco horas na cidade.
O primeiro fato ocorreu logo nas primeiras horas do dia. Uma mulher de 48 anos acabou perdendo a vida ao ser atropelada por um carro na BR-467, na entrada do Bairro Canadá. Pelo o que foi apurado o Ford Focus seguia sentido ao Trevo Cataratas quando atingiu a vítima que tentava atravessar a rodovia. No local do acidente, o motorista do carro disse que tentou desviar, mas que não conseguiu e, por isso, a mulher acabou sendo atingida pela a lateral do carro e bateu fortemente contra o para-brisa.
A vítima chegou a ser socorrida pelos socorristas e médico do Siate que estiveram no local, mas não resistiu aos ferimentos e foi a óbito sem nem mesmo ser encaminhada ao hospital.
Motociclista
O outro acidente aconteceu próximo ao meio dia na Avenida das Torres, cruzamento com a Rua Cipreste, Bairro Parque Verde, em Cascavel. Um Honda Fit seguia sentido Parque Verde quando ocorreu a batida contra a moto. Um motociclista que trabalhava como entregador, de 54 anos, acabou morrendo ainda no local. Com a força do impacto, a frente do carro ficou destruída.
Os socorristas do Siate e do Samu também chegaram ao local e iniciaram a reanimação e após várias tentativas, a vítima não resistiu. O cruzamento ficou também por um bom tempo interditado, para que os serviços fossem concluídos. Os dois casos, colocam novamente as autoridades de trânsito em alerta e reforçam o pedido para que as pessoas “maior prudência no trânsito”.
56 mortes
De acordo com a educadora de trânsito da Transitar e presidente do Cotrans (Comitê Intersetorial de Prevenção e Controle de Acidente de Trânsito), Luciane de Moura, que acompanha o dia a dia do trânsito de Cascavel, com mais essas duas mortes, a cidade está com um total de 56 óbitos, sendo 18 deles dentro da cidade e 38 nas rodovias que cortam o perímetro urbano.
Do total de óbitos, a grande maioria deles envolve motos, tanto passageiros quanto condutores: 11 óbitos ocorreram dentro da cidade e 10 na rodovia. Também tem três registros de acidentes fatais com ciclistas, sendo um em via urbana e 2 em rodovias. Porém, neste ano de 2022 o que chama bastante a atenção são os atropelamentos: um em via urbana e 8 em rodovias. Mortes envolvendo veículos, nesse caso tanto passageiro como condutor, são 5 dentro da cidade e 18 nas rodovias.
Luciane Moura lembrou que a quantidade é um pouco menor do que em 2021 que até o mesmo período registrou 69 mortes. Destas, foram 24 óbitos envolvendo motociclistas, 17 na cidade e 7 na rodovia; 29 envolvendo veículos, sendo 5 na cidade e 24 na rodovia, 12 atropelamentos e 4 mortes envolvendo ciclistas.
“Estamos terminando o ano e, infelizmente, é um dado alto, porque trabalhamos com a meta zero, sempre com o tripé de engenharia, fiscalização e educação e, por isso, várias mudanças foram feitas para que o objetivo fosse alcançado, mas ainda muitas vidas foram perdidas”, disse a educadora. Ela lembrou que, além disso, estão sendo intensificadas as fiscalizações com todos os parceiros e mais ações educativas que continuarão sendo intensificadas.
Sobre os óbitos, a presidente do Cotrans analisou que podem ser destacados a alta velocidade que também está aliada, em alguns casos, ao uso do álcool. Também avanço de preferencial ou de sinal vermelho e transitar sem estar devidamente habilitado. Já nas rodovias, existe ainda o fator de trafegar em local proibido e a ultrapassagem indevida. “Perdemos jovens, crianças, adultos e idosos nesses acidentes e temos que ter consciência que isso pode ser evitado”, salientou a educadora.
Para Moura, é necessário contar com todos, para respeitar a sinalização, legislação e evitar os acidentes. “Agora, no fim de ano, as pessoas sempre estão com pressa, mas temos que lembrar que é o momento de ficar com a família, ter festas boas e sem problemas, ou seja, ter bastante prudência”, falou, lembrando ainda que quem bebe não pode dirigir: “Se estiver cansado não dirija, não olhe o celular dirigindo também. Podemos mudar esse quadro e vamos continuar trabalhando em prol do trânsito e esperamos um ano melhor”.
Foto: Luiz Felipe Max/SOT
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Número de acidentes e feridos aumentou
De janeiro a novembro de 2022, em que os acidentes já foram contabilizados, o comparativo de sinistros da Transitar, autarquia de trânsito da cidade, aponta que, dentro da cidade, a quantidade de acidentes aumentou em 5,63%. Nestes 11 meses foram 3.924 acidentes, sendo que no mesmo período do ano passado foram 3.715. O que também aumentou foi o número de vítimas feridas. Neste ano foram 1.102, contra 963 de 2021, ou seja, um aumento de 14,43%.
Outro dado que chama bastante a atenção é a quantidade de atropelamentos que saltou de 56, em 2021, para 72 este ano, se compararmos os dados até o fim de novembro. Isso representa um aumento de 56,52% na quantidade de atropelamentos. A quantidade de feridos também saltou de 48 para 55, representando 14,58% a mais do que no ano passado.
Redução
Por outro lado, houve redução nos acidentes envolvendo motocicletas neste ano em comparação com 2021, um total de 6,23%. Neste ano, foram 933 acidentes e, em 2021, de janeiro a novembro, 995. A quantidade de pessoas feridas envolvendo este tipo de acidente também diminuiu, passando de 621 em 2021 para 591 este ano, uma queda de 4,83%. Sinistros envolvendo ciclistas também tiveram redução, um total de 12,70%. Em 2021, de janeiro a novembro foram registrados 63 acidentes e neste ano foram 55. Número de feridos também caiu 29,17%, passando de 48 para 34.
