Cotidiano

Chuvas: Prejuízos no Oeste; no Sudoeste duas crianças são levadas pela enxurrada

Vazão do vertedouro garante que do Lago Municipal de Cascavel mantenha nível seguro, sem transbordar

Chuvas: Prejuízos no Oeste; no Sudoeste duas crianças são levadas pela enxurrada

Cascavel – É muita chuva! Para se ter uma ideia, no acumulado do mês de outubro, o volume registrado já é de 170 milímetros. Também são grandes os estragos observados tanto na cidade como no campo no Oeste e Sudoeste do Paraná. Particularmente, nesta segunda e terça feira, um verdadeiro dilúvio caiu causando alagamentos, quedas de energia elétrica, problemas em semáforos, quedas de pontes e famílias desabrigadas.

No boletim de ocorrências da Defesa Civil sobre as chuvas no Oeste e Sudoeste, publicado no final da tarde de ontem (11), apontava pelo menos 19 cidades atingidas por temporais, enxurradas e alagamentos: eram 1.340 pessoas diretamente afetadas, 67 casas danificadas, 75 desabrigados, 126 desalojados e duas crianças desaparecidas em Pato Branco.

As cidades com pessoas mais afetadas são Nova Laranjeiras, São Miguel do Iguaçu, Vitorino, Pato Branco e Francisco Beltrão. As chuvas também impactaram Maringá, no Noroeste. Equipes da Defesa Civil e dos Bombeiros trabalham em todas as cidades para minimizar os impactos para a população.

Cascavel e Sudoeste

Em Cascavel, do começo do mês até agora, choveu o equivalente a 170 milímetros, como mostra o pluviômetro da Coopavel. Somente nas últimas 24h, foram 102 milímetros na região onde acontece Show Rural. Para ser ter uma ideia, o volume de chuva registrado neste mês em Cascavel está perto da metade do registrado no mesmo período de 2021, quando outubro contabilizou 442 milímetros. Foi o mês que “salvou” o ano em relação ao volume de chuvas no ano passado, após o longo período de estiagem. De acordo com informações repassadas pelo Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), em 24h, Cascavel registrou o equivalente a 54 milímetros de chuva.

Na cidade de Toledo choveu o equivalente a 40 milímetros na manhã de terça-feira. Ruas ficaram alagadas e os danos também foram sentidos no interior. Um dos locais mais prejudicados foi a Linha São Valentim, no interior. Um barraco não suportou e veio abaixo, causando a interdição de parte da via de acesso. Em registros feitos por moradores, fotos mostram as lavouras praticamente debaixo d´água. Os prejuízos já começaram a ser contabilizados. Até o fim do dia, as chuvas superaram 60 milímetros em Toledo.

Em outras cidades mais atingidas, como Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado, foram 108 milímetros de precipitação. As chuvas acima do normal também ocorreram em Clevelândia, com 96,4 milímetros, Pato Branco, com 89,6 milímetros; Dois Vizinhos, com 88,4 mm e Capitão

Em Francisco Beltrão, o Rio Marrecas transbordou e está 6 metros acima do seu nível normal, chegando a arrastar uma casa de madeira, que ficou completamente destruída. Não há informação de pessoas feridas. A residência ficava no bairro Luther King, perto dos rios Lonqueador, Urutago e Marrecas. Ainda no Sudoeste do Estado, as chuvas também provocaram deslizamentos de terra. Parte da rodovia entre Salgado Filho e Flor da Serra sucumbiu por conta do excesso de chuva. O trânsito pelo local ficou interditado, obrigado os motoristas a seguiram por caminhos alternativos.

Tragédia

A tragédia maior foi em Pato Branco, onde um bebê de seis meses e uma criança de 7 anos foram arrastadas pela enxurrada, após o carro em que estavam ser levado pela correnteza. Até o fechamento desta edição, elas permaneciam desaparecidas. O acidente ocorreu em São Miguel Cachoeirinha, interior de Pato Branco. Os pais das crianças conseguiram escapar e foram levados para receber atendimento na UPA.

O excesso de chuvas reduziu a visão dos motoristas nas estradas e resultou em vários acidentes. Entre os mais graves, dois registrados em momentos distintos na BR-277, em Nova Laranjeiras. No km 473, uma pessoa morreu ao se envolver em um acidente com um caminhão. Ela conduzia o veículo Gol. Na mesma rodovia, agora no km 464, um ônibus e um caminhão colidiram, deixando um saldo de sete feridos, quatro deles em estado grave.

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Excesso de chuva prejudica culturas

O gerente regional do IDR-Paraná em Cascavel, José Lindomir Pezenti, fez uma avaliação preliminar das chuvas nas lavouras da região. Sobre os danos causados nas lavouras, é visível e notório, segundo ele, mas ainda impossível de se avaliar com clareza e com números. “Já se sabe que a qualidade do trigo já está comprometida em algumas lavouras que ainda não foram colhidas. Muito trigo brotou e não será possível aproveitá-lo”, disse.

Já com relação às áreas de plantio já efetuadas por alguns produtores, áreas em locais mais baixos são afetadas de maneira mais intensa, seja por alagamentos ou aterramento, obrigando o produtor a plantar uma ou outra área. Conforme Pezenti, o atraso no plantio não houve, até porque tradicionalmente, o agricultor opta em fazer o plantio mais cedo, em virtude da safra de milho subsequente.

Foto: Assessoria/Sanepar