Policial

STF nega mais um recurso de Carli Filho, acusado de matar dois em acidente

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou mais um recurso da defesa do ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho. Os advogados do ex-deputado – acusado de causar a morte de duas pessoas em um acidente de carro, em 2009, em Curitiba – querem evitar que ele seja julgado pelo Tribunal do Júri.

A defesa pede para que o crime seja julgado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Neste caso, o ex-deputado será julgado por um juiz e não por um grupo de jurados, o júri popular.

Essa decisão, publicada na quinta-feira (11) no site do STF, é do dia 3 de maio.

Se o STF entender que Carli Filho deva ser julgado pelo júri por duplo homicídio com dolo eventual, quando o réu assume o risco de matar, o ex-deputado vai ao Tribunal do Júri.

Há ainda pedido de habeas corpos em favor de Carli Filho, que foi retirado da pauta de análises do STF na quinta.

O acidente de trânsito, que chocou o Paraná e teve repercussão nacional, completou oito anos no domingo (7).

Relembre o caso

O carro blindado que Carli Filho dirigia decolou em um trecho da Avenida Monsenhor Ivo Zanlorenzi, no bairro Mossunguê, atingindo o veículo em que estavam os jovens Gilmar Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, que entrava na mesma avenida fazendo uma conversão à esquerda. Os dois morreram na hora.

Segundo as investigações, Carli Filho dirigia em alta velocidade – 163 km/h – e estava com a carteira de habilitação cassada. O ex-deputado estadual tinha 130 pontos na carteira e 30 multas, sendo 23 delas por excesso de velocidade.

O inquérito policial apontou também que Carli Filho havia ingerido quantidade de álcool quatro vezes acima da tolerada à época.

O acidente comoveu o Paraná e o país, além de levantar um grande debate sobre a impunidade em crimes de trânsito.

A mãe de Gilmar, Christiane Yared, iniciou uma campanha que mobilizou milhares de pessoas: a maioria, mães e pais de outras vítimas de acidentes provocados por motoristas imprudentes. Em 2014, ela foi eleita por mais de 200 mil eleitores como a deputada federal mais votada no Paraná.

Em 2016, Carli Filho divulgou um vídeo em que reconheceu ter bebido na noite do acidente. Ele pediu desculpas às famílias das vítimas, relembrou do tempo de recuperação e disse que em momento algum tentou diminuir a dor que os familiares das vítimas sentiram.