Sanar dívida milionária, melhorar a estrutura pública e devolver à comunidade atendimentos de saúde de qualidade é o mais urgente desafio do recém-empossado prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro. O caos na saúde é uma das heranças que o ex-prefeito Reni Pereira, que foi preso e perdeu o cargo, deixou ao sucessor. Além de má gestão e investimentos insuficientes, a administração de Reni saqueou os cofres da saúde e fez despencar a imagem da cidade que é mundialmente conhecida por suas belezas naturais e por abrigar a maior hidrelétrica em produção de energia do mundo.
Em entrevista a uma emissora de TV nesta semana, a secretária de Saúde, Inês Weizmann, falou das dificuldades de administrar um setor que gera tantas urgências e expectativas principalmente entre as pessoas que dependem do atendimento público. Devido a problemas de gestão e de falta de recursos, o Hospital Municipal Germano Lauck esteve perto de fechar. O Ministério Público, entendendo a importância da estrutura, interveio e exigiu que o governo estadual assumisse a estrutura, mesmo que temporariamente. De seis meses, o contrato de administração foi prorrogado para um ano e há avanços reconhecidos pelos usuários e pelas autoridades.
A secretária Inês, no entanto, informa que as dívidas do Hospital Municipal, ao contrário do que se pensava, não são de R$ 50 milhões. Elas ultrapassariam os R$ 80 milhões. Devido à sua localização estratégica, na divisa com Paraguai e Argentina, a estrutura pública de saúde de Foz é bastante exigida, o que faz com que autoridades do município busquem com regularidade o Ministério da Saúde para pedir aumento no repasse de recursos. Além de sanar as dívidas, a gestão do prefeito Chico Brasileiro também precisará melhorar uma estrutura de saúde com problemas e com a falta de profissionais. “Com serenidade, trabalho e paciência, vamos corrigir o cenário”, diz Inês, que até poucas semanas era a prefeita interina de Foz.