Brasília – O almirante Anatalício Risden Junior tomou posse ontem (22), como diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional. Risden, que era diretor financeiro executivo da usina, substitui o general João Francisco Ferreira, que pediu exoneração do cargo em janeiro. A cerimônia de posse de Risden, foi realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília e contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do governador do Paraná em exercício, Darci Piana.
Bolsonaro elogiou o trabalho dos antecessores à frente da Itaipu e destacou as competências de Risden. “Até poucos anos, nossas estatais eram deficitárias, agora são lucrativas, graças à maneira séria de se escolher pessoas para estarem à frente delas. É o caso do almirante Risden, que era diretor financeiro da Itaipu, fez um bom trabalho e agora foi reconhecido para dar prosseguimento às boas administrações que o antecederam”, destacou.
“Tenho certeza que o trabalho dele será importante para todos nós. Sabemos da responsabilidade que ele tem pela frente, mas sabemos do seu potencial para administrar em parceria com o Paraguai essa empresa que é exemplo na geração de energia”, acrescentou o presidente.
Um paranaense
Com Risden Junior na função de diretor geral, um paranaense volta a ocupar ao mais alto cargo da diretoria da empresa, já que ele é natural de Curitiba. Durante o discurso de posse, Anatalício Risden fez questão de ressaltar a cooperação entre o Estado do Paraná e a Itaipu. Ele ainda garantiu que a parceria, que começou na gestão do general Joaquim Silva e Luna e teve continuidade na do general João Francisco Ferreira, irá continuar. “Nós temos uma parceria exitosa com o Governo do Paraná. Vai continuar e tenho certeza que terá muito mais sucesso. O diálogo e a boa convivência com nossos parceiros continuarão sendo os princípios basilares da minha gestão” disse.
Além disso, Risden destacou a importância da Hidrelétrica de Itaipu nas áreas de energia, diplomacia, social e ambiental. “[Na] geração de energia, visto ser a líder mundial em geração acumulada, suprindo parte das demandas brasileiras e quase a totalidade das demandas do Paraguai. [Na] diplomacia, pois seu nascimento, advindo de uma questão diplomática entre os dois países, fortaleceu a amizade e o respeito fronteiriço. Social, com o desenvolvimento das cidades lindeiras [limítrofes] e as áreas de influência por meio das obras estruturantes, dos royalties e investimentos em projetos sociais. E ambiental, visto ser reconhecida como exemplo de cooperação e parceria binacional para o desenvolvimento sustentável, desde o início da sua construção, nos idos de 1970.”
Itaipu e Paraná
Atualmente a Itaipu Binacional tem a maior parceria da história com o Governo do Estado, com repasses que ultrapassam R$ 1,5 bilhão em ações com o Executivo e a Sanepar no Oeste e Noroeste do Paraná. Para Darci Piana a nova nomeação dará continuidade à relação entre a empresa e o Governo do Estado.
Os investimentos em andamento no Estado envolvem obras em Foz do Iguaçu, sede da hidrelétrica, e em outras áreas da região, compreendida por 55 municípios paranaenses e um sul-mato-grossense. Os aportes financeiros têm como foco o desenvolvimento econômico e social da região e os esforços para a criação de um corredor bioceânico multimodal conectando o Atlântico ao Pacífico, facilitando a integração da América do Sul.
São quatro intervenções de maior destaque em andamento em Foz do Iguaçu, todas com apoio do Estado: a ampliação da pista do Aeroporto Internacional Cataratas, transformando-a na maior do Sul; a Ponte da Integração Brasil-Paraguai, que deve ficar pronta em setembro de 2022; a perimetral leste, nova rodovia que vai da cabeceira da ponte até a BR-277; e a duplicação da Rodovia das Cataratas, que deve ter obras iniciadas em 2023.
Existem também uma série de obras em execução nas demais regiões do Estado, como a duplicação da BR-277 e do Contorno Oeste, em Cascavel, a pavimentação da Estrada Boiadeira, entre Icaraíma e Umuarama, a nova sede do Batalhão de Fronteira em Guaíra, a Delegacia da Mulher e do Instituto de Identificação em Foz do Iguaçu e investimentos de mais de R$ 84 milhões em saneamento ambiental em 12 municípios.
Tratado será revisado em contexto positivo
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, lembrou que Itaipu Binacional é fruto de uma engenharia diplomática singular e ressaltou a importância de a cerimônia de posse ter sido no Itamaraty. De acordo com o ministro, a revisão ocorrerá em contexto positivo, graças aos esforços feitos ao longo de meio século, para garantir a quitação das dívidas relativas à construção do empreendimento, dentro do prazo originalmente planejado pelos seus idealizadores. “Brasil e Paraguai se beneficiarão, pela primeira vez, da geração de energia de Itaipu sem o pagamento de custos, que já representaram mais da metade do preço da energia dessa empresa”, acrescentou o ministro.