Em uma operação delicada, que mobiliza diversos profissionais de áreas como Operação, Manutenção e Meio Ambiente, a usina promove o resgate dos peixes que acabam ficando presos dentro dos condutos das unidades geradoras, a cada vez que as turbinas param para as manutenções de maior duração. Desde que a Itaipu começou a fazer essa operação, em 1987, já foram retirados pouco mais de 73 mil peixes.
“Quando uma unidade geradora está funcionando, dificilmente um peixe entra porque ele evita o fluxo extremamente forte que existe tanto na entrada como na saída d’água”, explica o engenheiro de pesca Maurício Spagnolo Adames, da Divisão de Reservatório da Itaipu.
Porém, quando a usina inicia a manutenção de uma unidade geradora, o primeiro passo é o desligamento da máquina. Logo em seguida descem os stop-logs (comportas) que fecham a entrada e a saída da unidade. Por mais que se tente fazer essas duas operações no menor intervalo possível, alguns peixes “curiosos”, explorando o ambiente, acabam ficando presos dentro dos condutos.
“O passo seguinte é drenar o conduto forçado da unidade geradora, mas deixando uma pequena quantidade de água, para manter vivos os peixes que ficaram presos após o fechamento das comportas”, afirma Edevaldo Pereira da Silva, da Divisão de Operação da Usina e Subestações, responsável pelo acionamento das comportas e subsequente drenagem.
O resgate de peixes é realizado nas paradas preventivas de manutenção, que ocorrem a cada 18 meses. Nessas ocasiões, as turbinas ficam desligadas por 11 ou 16 dias, o que acarretaria em morte certa para os peixes, se esses eventualmente ficassem confinados. As paradas normalmente iniciam com o desligamento durante a madrugada. O resgate é promovido durante o dia em dois locais: a montante, no conduto forçado, próximo à tomada d’água, e a jusante, no tubo de sucção, logo abaixo da caixa espiral.