Cascavel – Irene Alves da Costa é uma das milhões de brasileiras que todos os dias faz o tradicional arroz com feijão. “No almoço não pode faltar”, diz a dona de casa. Mas nem sempre aquela comida simples, que já faz parte da rotina, é relativamente a mais barata. Isso porque, na ponta do lápis, existem alguns detalhes que vêm encarecendo essa conta. É o caso do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), o chamado gás de cozinha.
Conforme a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em junho o preço praticado em Cascavel foi o segundo maior do Paraná, com valor médio de R$ 71,17, atrás apenas de Toledo, que mês passado vendia o botijão de 13 quilos a R$ 71,22, em média.
Para se ter uma ideia, em Foz do Iguaçu, distante 150 quilômetros de Cascavel, o mesmo produto é encontrado pelo preço médio de R$ 59,06, uma diferença de 20,5%.
De acordo com o presidente do Sinregas (Sindicato dos Revendedores das Distribuidoras de Gás do Estado), Heissan Abdala, o mercado do GLP é livre, ou seja, cada revendedor aplica o preço que lhe convém, sem que haja valor tabelado. Por isso essa diferença tão grande. Essa liberdade é garantida por lei e não obriga o comércio a aplicar novos reajustes, sejam eles para mais ou para menos.
A empresária Beatriz Salessi, que há 12 anos atua no setor, diz que geralmente os valores praticados em seu estabelecimento acompanham os demais comércios de Cascavel. “Mês passado, quando subiu 6,7%, tivemos que repassar ao consumidor, vendendo o botijão de 13 quilos por uma média de R$ 72. Agora, dependendo do anúncio da Petrobras, vamos mudar também”.
Vai abaixar
Falando em reajustes, a Petrobras anunciou esta semana que vai reduzir em 4,5%, em média, o preço do GLP para uso residencial envasado pelas distribuidoras em botijões de até 13 quilos. O reajuste já está em vigor. A expectativa da própria estatal é de que os valores caiam ao menos R$ 0,88 por unidade, o que só deve ocorrer se forem mantidas as margens de distribuição de revenda e alíquotas de tributos. “Quanto aos reajustes, tudo depende se as distribuidoras vão reajustar os valores para seus representantes”, afirma Abdala.