Assuntos relacionados a pandemia, de fato, já se tornaram cansativos pela repetição e, principalmente, pelos desgastes de toda sorte gerados pela Covid-19. Saúde, economia, convívio social e diversos setores e situação vivem dias problemáticos em decorrência do que o coronavírus e suas mutações produziram na sociedade global e globalizada. É fato também que, nas últimas semanas, os números no Brasil têm apresentado sinais de evolução positiva e estabilização, o que ensejou flexibilizações e até se cogitar que o uso de máscara não seria mais obrigatório.
Também houve ensaios para retomadas turísticas de olho em todo o faturamento que o carnaval sempre inspirou no Brasil. Porém, isso tudo antes que a nova cepa Ômicron, batizada de “Variante de Preocupação”, lembrasse a todos que a pandemia não acabou e que caso graves e óbitos, mesmo que com números reconhecidamente e comparativamente reduzidos, continuam sendo registrados. É necessário também trazer para mesa de discussões que o comportamento individual e coletivo tem suas consequências e muito do que se colhe como “trágico”, agora, é fruto de semeaduras inconsequentes realizadas em um passado distante e também recente.
Nesta quinta-feira (2), dados divulgados pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), referentes à semana epidemiológica de 21 a 27 de novembro, revelaram que quase metade dos estados brasileiros registraram sinal de crescimento na tendência de longo prazo de casos de síndrome respiratória aguda grave – SRAG. “No dado nacional, embora se mostre como um crescimento leve, podendo ser compatível com cenário de oscilação em torno de valor estável, a análise por faixa etária indica que se trata de aumento em todas as faixas etárias abaixo de 60 anos. A análise foi feita tendo como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 22 de novembro”, destacou o boletim.
De acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, na população com 30 anos ou mais, o crescimento é relativamente pequeno, sendo mais expressivo e presente desde novembro em crianças, adolescentes e jovens adultos, na faixa de 20 a 29 anos. A constatação mostrar com perfeita clareza que a “calmaria” vendida nas últimas semanas deve servir para fortalecer todas as ações que a produziram e não o inverso!