Se para um adulto enfrentar o câncer é algo difícil, imagine para uma criança que durante a fase de estudar, brincar e se divertir precisa passar seus dias no hospital.
A Uopeccan (União Oeste Paranaense de Estudo e Combate ao Câncer) reúne esforços para que, mesmo durante o tratamento, longo e dolorido, nenhum desses direitos seja esquecido, além de assegurar, é claro, toda a medicação necessária para os pequenos guerreiros saírem vitoriosos dessa batalha.
O SUS (Sistema Único de Saúde) banca o tratamento contra o câncer, mas nem sempre acompanha o desenvolvimento de novos produtos.
Os recursos repassados pelo governo federal a cada criança e adolescente internados são de acordo com Apac (Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade). Entretanto, os valores estão defasados diante despesas que aumentam em média de 8% a 10% ao ano.
“Cada criança tem um valor tabelado muito abaixo do que a gente precisa e o tratamento de câncer é muito específico e envolve uma gama de medicamentos, não só os quimioterápicos, como também antibióticos e outros que precisam ser cobertos por esses valores”, explica a médica responsável pela oncologia pediátrica da Uopeccan, Carmem Fiori.
O administrador do Hospital, Luciano Maldonado, acrescenta que o recurso mensal é repassado por procedimento, conforme diagnóstico do paciente. “Não é um repasse único. O valor é variável, conforme diagnóstico e estágio da doença, de R$ 427,50 à R$ 1.700. Em alguns casos mais específicos, pode chegar a aproximadamente R$ 7 mil”, afirma.
Diagnóstico precoce significa a cura
Cerca de 90% das crianças e adolescentes que chegam a Uopeccan são pacientes do SUS e hoje o principal tipo de câncer que acomete eles é a leucemia, seguida do tumor do sistema nervoso central, na cabeça, linfomas, sarcomas e tumor ósseo.
“Há crianças com até 90% de chance de cura, quanto mais cedo chegarem ao tratamento. Não há como a gente prevenir o câncer nelas e sim diagnosticar precocemente”, reforça a médica Carmem Fiori.
Em relação à tabela do SUS, dos códigos que podem ser utilizados para cobrança de tratamentos oncopediátricos, apenas um recebeu reajuste e isso ocorreu ainda em 2010. “Vários procedimentos tiveram reajuste menor. Alguns permaneceram com os valores que já estavam em vigência”, esclarece Maldonado.