Programa surgiu com a proposta de incentivar a adoção de técnicas agrícolas sustentáveis
Cascavel – Mesmo com a queda de 1% da taxa de juros anual, o programa de agricultura de baixo carbono tem apresentado a cada temporada, drástica redução no número de contratos firmados com o Banco do Brasil. Para especialistas, o motivo seria o engessamento técnico provocado pela burocracia na liberação dos recursos. Receosos de sofrer algum tipo de sanção na hora de firmar outros contratos com a instituição financeira, os produtores preferem não se manifestar publicamente, mas confirmam de fato a falta de estímulo e flexibilidade na hora de firmar os contratos. A burocracia inclusive tem conduzido os agricultores a optar por linhas de financiamentos alternativas, como o Pronamp e Moderagro.
Em 2015, foram 4.900 contratos firmados no Brasil. No ano seguinte, a queda chegou a 2.755 contratos. Neste ano, são pouco mais de 730 contratos. O ápice ocorreu em 2014, com a assinatura de 7.288 contratos, de um total de R$ 3,4 bilhões em recursos.
Desde o início do programa, a instituição financeira liberou R$ 13 bilhões em recursos, de um total de R$ 20 bilhões disponibilizados e correspondentes a 21.406 contratos.
O programa de agricultura de baixo carbono surgiu com a proposta de incentivar a adoção de técnicas agrícolas sustentáveis e o Paraná acompanha a realidade nacional de pouco interesse. Na temporada 2015/16, foram firmados 159 contratos, gerando R$ 25 milhões para investimentos. O auge em torno da procura pelo programa no Estado ocorreu na temporada 2012/13, com 997 contratos e a injeção de R$ 175 milhões em projetos para reduzir a emissão de gases na atmosfera. Um dos fatores responsáveis por esse crescimento envolveu a capacitação de 500 profissionais, como engenheiros agrônomos, médicos veterinários e zootecnistas sobre o uso de técnicas da agricultura de baixo carbono para o desenvolvimento de projetos.