Cotidiano

Beto “importou” dor de cabeça

A imagem do governador Beto Richa ficou extremamente arranhada na semana que passou após os escândalos dos desvios da educação se tornar manchete em todo o Brasil. O delator Eduardo Lopes de Souza, dono da construtora Valor, acusou Richa, o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano e o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, de participarem do esquema que pode ter desviado R$ 20 milhões do caixa da Secretaria de Estado da Educação (Seed).

O problema com a imagem de Beto Richa vai ganhar um capítulo a mais nas próximas semanas, outra vez em rede nacional. O governador pode ter “importado” de Cascavel uma nova dor de cabeça. É que na semana passada o repórter Marcelo Canellas, da revista eletrônica Fantástico, da TV Globo, desembarcou em Cascavel com uma missão específica: levantar informações sobre a suspeita de direcionamento da milionária licitação do lixo, um dos últimos atos da gestão do ex-prefeito Edgar Bueno.

Isso pode respingar diretamente no governador porque hoje Edgar faz parte do time de primeiro escalão do Governo do Paraná. Ele é o secretário de Assuntos Estratégicos. Apesar de a licitação do lixo não estar ligada diretamente ao governo paranaense, o fato de Edgar compor a equipe de Beto, faltamente vinculará sua imagem ao governador.

No mês passado, o Ministério Público denunciou todos os integrantes da Comissão de Licitação por improbidade administrativa.

Problemas

As denúncias contra o governador foram reveladas pela RPC e fazem parte de uma delação premiada que o dono da construtora fez ao Ministério Público Federal (MPF). A construtora recebeu pelo serviço, mas não concluiu, obras em seis escolas estaduais que atenderiam mais de 6 mil alunos em várias cidades do Paraná. O dinheiro teria abastecido o caixa 2 da campanha de reeleição de Beto Richa. O governador, em notas, negou as acusações.