Oeste deverá bater todos os recordes em 2017, avalia especialista
Cafelândia – Não restam dúvidas. A região está vendendo mais para outros países e isso não é só porque a atividade comercial cresceu em volume financeiro. Segundo o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), as exportações das oito principais cidades com atividades na balança comercial, que juntas respondem por 95% das vendas externas em dólares, cresceu 18% de janeiro a agosto deste ano, em comparação a igual período do ano passado.
Em oito meses de 2016, estes municípios – Cascavel, Palotina, Cafelândia, Matelândia, Foz do Iguaçu, Medianeira, Toledo e Marechal Cândido Rondon – embarcaram 1,386 bilhão de toneladas de produtos diversos, gerando faturamento de quase US$ 1,033 bilhão. Em 2017, foram exportadas 1,634 milhão de toneladas, com faturamento de quase US$ 1,2 bilhão.
A maior parte dessas transações – mais de 80% – corresponde às exportações de carnes, como frango, prioritariamente, e suínos.
Para o engenheiro agrônomo especialista em mercado internacional José Augusto de Souza, isso é sinal de um mundo sedento principalmente por alimentos e que encontrou na região oeste um potencial mercado fornecedor. “Passamos a vender mais neste ano porque temos mercado para isso. Ficou mais atrativo vender lá fora. Temos como atender e como o dólar chegou à casa dos R$ 3,50 há alguns meses, o nosso produto ficou mais competitivo internacionalmente. Agora voltamos aos patamares de normalidade (R$ 3,11), mas conquistamos mercado e vamos fechar o ano com recordes, mesmo que haja uma expectativa para desvalorização da moeda americana diante do real até o fim de 2017, pois os contratos já estão fechados até pelo menos fevereiro e março de 2018”, afirmou.
Segundo o especialista, após a operação Carne Fraca, em março deste ano, alguns contratos passaram por revisão, o que não foi algo negativo para o oeste, considerando que os principais mercados a serem atendidos, o asiático e o europeu, levam daqui a carne de frango. “E como as nossas indústrias já possuem um selo de certificação, inspeção e de qualidade, não foi preciso realizar outros selos para exportar para novos compradores, por este e outros motivos podemos dizer que a nossa atividade internacional vai bem e deve continuar assim”, reforçou.
Mercado chinês
A tendência é para que as exportações se acentuem ainda mais nos próximos meses com promessa de ampla abertura do mercado chinês, após a visita do presidente da República, Michel Temer, àquele país. “Apesar de todos os pesares, além de poderem comprar mais do nosso produto [os chineses], podemos trocar experiências de ponta em tecnologia, o que para nós é extremamente importante”, destaca o engenheiro agrônomo especialista em mercado internacional José Augusto de Souza.
Se esse nível de crescimento em vendas se mantiver até dezembro, a região vai alcançar um recorde absoluto de comercializações com mais de 2,1 bilhões de toneladas mandadas para fora do País e que deverá gerar US$ 1,8 bilhão em vendas. Em 2016, esse número chegou a US$ 1,550 bilhão.
Importações
No ritmo em que as exportações crescem, as importações recuam. Para José Augusto de Souza, a justificativa também está no dólar mais elevado até a metade do ano. “Isso fez com que a região passasse a substituir por produtos internos ou equivalentes, baixando custos. Os que continuam importando foram os itens que não temos aqui, maquinários pesados, por exemplo”, avalia, ao considerar que a mudança do cenário à moeda americana poderá favorecer as importações nos próximos meses.
De janeiro a agosto de 2016 a região havia importado o equivalente a US$ 468,5 milhões, em 2017, no mesmo período, foram comprados US$ 416,3 milhões do mercado externo, uma redução de 11%.
Considerando exportações mais elevadas e importações em queda, o saldo da balança comercial regional cresceu 36%, passando de US$ 564,6 milhões para US$ 768,5 milhões nos oito meses deste ano.