Cotidiano

El Niño reduz área colhida, mas valor da produção sobe

São Paulo – O fenômeno climático El Niño provocou redução de 0,7% na área colhida no Brasil ano passado, embora a área total cultivada com 63 produtos tenha somado 77,2 milhões de hectares, 0,5% maior que em 2015. Os números estão na pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM 2016), divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Deixamos de colher 1,9 milhão de hectares por conta desse fenômeno”, disse a engenheira agrônoma Larissa Leone Isaac Souza, supervisora da pesquisa. Nos cultivos de milho e de feijão, por exemplo, houve redução de área colhida de 447,1 mil hectares e de 280,5 mil hectares, respectivamente, na comparação com 2015.

Apesar da queda na área colhida, o valor da produção subiu 20% em 2016, chegando a R$ 317,5 bilhões. Segundo o IBGE, o aumento foi impulsionado pelo aumento significativo dos preços dos produtos, sobretudo da soja, do milho e da cana-de-açúcar.

Na soja, o aumento do valor de produção foi 16,1% em relação a 2015, com valor da tonelada atingindo R$ 1.089,30, o que dá média por saca de R$ 65,34. O valor total da produção do grão foi R$ 104,9 bilhões em 2016.

FAO prevê recorde

A produção mundial de cereais pode atingir o recorde de 2,61 bilhões de toneladas em 2017, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). O estudo Perspectivas de Safras e Situação Alimentar, lançado ontem em Roma, prevê que a situação global do abastecimento alimentar melhore com as boas colheitas na América Latina e a recuperação das condições agrícolas na região da África Austral. A informação é da ONU News.

Este ano, o Brasil pode impulsionar os grandes ganhos na produção global, ao lado da vizinha Argentina. O País também vem citado no relatório pela sua influência no aumento da produção do milho e da cevada, tal como a Rússia.